No AMAZÔNIA:
Toda a equipe médica da Santa Casa de Misericórdia do Pará cruza os braços, hoje, para tentar sensibilizar o governo do Estado a dar respostas efetivas à reivindicação salarial da categoria. Os sindicalistas garantem que se a indiferença continuar sendo a resposta, o indicativo de greve será colocado em pauta e votado na reunião da próxima segunda-feira, 12.
A paralisação de 24 horas dos serviços prestados pela equipe médica constitui o primeiro ato radical da categoria, que vem discutindo aumento salarial desde o ano passado. Às 19 horas da próxima segunda-feira, na sede do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), a categoria vai sentar para avaliar o ato de hoje e a resposta dos representantes do Governo. Se não houver sinalização até esse dia, a ordem é grevar.
De acordo com a assessoria de Imprensa do Sindmepa, cansados de negociações infrutíferas por melhores condições de trabalho, segurança e remuneração digna, os médicos da Santa Casa decidiram parar hoje as atividades e se postar, da manhã ao final do dia, em frente ao portão de entrada da instituição, localizada na avenida Generalíssimo Deodoro.
Os próprios médicos vão avisar aos pacientes da falta de atendimento e das razões que os levaram a tomar a decisão. A idéia é ganhar apoio popular. Daí a decisão de sair de dentro do prédio e levar o movimento para a rua.
O diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, assegura, no entanto, que pacientes com risco de morte que procurarem a Santa Casa serão atendidos. O anúncio da paralisação de hoje, lembra o diretor, está dentro da programação de luta da categoria e foi anunciado há mais de um mês. Ele lamenta o fato da direção da instituição não ter tomado nenhuma atitude para evitar a paralisação dos serviços.
Ainda de acordo com a assessoria, o encontro que reuniu representantes da diretoria e o presidente da instituição, Anselmo Bentes, no último dia 11, foram anunciados vários projetos a longo prazo para melhorar a situação de crise em que se encontra atualmente o hospital. No entendimento do movimento, a maioria das medidas anunciadas é de ordem física, que dizem respeito à infra-estrutura do prédio. Os médicos exigem, além disso, mais segurança e melhor remuneração. O Sindmep chegou a receber documento da direção do hospital, que prometeu reforço no item segurança, mas silenciou quanto ao item aumento salarial.
O silêncio da direção da Santa Casa foi, no entanto, explicado por Anselmo Bentes. Ele disse que quanto à questão salarial compete ao governo do Estado se posicionar. O diretor do sindicato, Waldir Cardoso, rebateu a declaração, garantindo que a direção da Santa Casa 'tem várias alternativas para oferecer aos médicos gratificações'. 'Estamos discutindo salários e salário se discute com o governo e a Santa Casa é governo! Portanto, o reajuste dessa remuneração vamos discutir com a Santa Casa', completou.
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