sábado, 10 de maio de 2008

Garimpeiros interditam mais uma vez ferrovia da Vale

No AMAZÔNIA:

Cerca de 70 garimpeiros integrantes do Movimento dos Trabalhadores na Mineração (MTM) e associados da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) interditaram ontem de manhã a Estrada de Ferro de Carajás, em Parauapebas, no sudeste do Estado. Os homens cravaram bandeiras negras e vermelhas em sinal de luto pela morte do garimpeiro e ex-presidente da Coomigasp Josimar Elísio Barbosa, morto de forma violenta na última quinta-feira, em Marabá, na mesma região.
Segundo a Assessoria de Imprensa da Vale, esta foi a 10ª ocupação a áreas da empresa no Pará nos últimos 13 meses. Segundo o assessor de Comunicação da Coomigasp, Wellington Costa, a Coomigasp apoiou a manifestação por acreditar que a morte do garimpeiro tem relação com a situação 'degradante' que os garimpeiros vivem naquela região. Apesar disso, ele assegurou que nenhum dos diretores da cooperativa participou no protesto. 'Com certeza, associados nosso estiveram lá, mas foram de forma espontânea, voluntária', explicou. 'Nós tínhamos uma disputa judicial, mas ele (Josimar) era associado, era respeitado pelos garimpeiros e a manifestação é uma forma de mostrar para o governo que ele é mais uma vítima em meio a tantas disputas'.
Segundo a assessoria da Vale, a ocupação durou menos de duas horas, entre as 9h30 da manhã e 11h e não trouxe transtornos para empresa porque, a este horário, o trem já havia passado por Parauapebas. A última ocupação à ferrovia da Vale foi durante as manifestações do chamado Abril Vermelho, em memória do Massacre de Eldorados Carajás. A desocupação de ontem foi pacífica. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a desocupação foi feita por homens da Polícia Federal, já que um juiz federal já havia proibido qualquer manifestação que ocupe áreas da empresa, son pena de prisão dos líderes. A Polícia Militar não chegou a participar da desocupação pois não houve resistência por parte dos manifestantes, que reuniram também outras cooperativas, sindicatos e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Ruras Sem Terra (MST).

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