sexta-feira, 2 de maio de 2008

Desmatamento avança, apesar das chuvas

A exemplo do que acontece no Pará, como já divulgou o “Pará Negócios”, o desmatamento no Estado do Mato Grosso também parece mostrar que não está surtindo efeito toda a mobilização que o governo federal está fazendo para conter a derrubada da floresta na Amazônia, baseada principalmente na megaoperação “Arco de Fogo”. O Sistema de Acompanhamento do Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), mostra que, apesar das chuvas, as imagens de satélite revelaram que as áreas desmatadas nos dois estados campões de desmatamento cresceram mais que o dobro no primeiro trimestre de 2008, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A soma das áreas devastadas nos dois estados passou de 77 quilômetros quadrados no ano passado para 214 km2 este ano. O Mato Grosso responde por 149 km2 desse total. Apesar disso, no acumulado desde agosto (mês em que se inicia a contagem anual do desmatamento) o estado apresenta redução de 16% em comparação ao mesmo período (agosto-março) de 2007. Já o Pará, teve um aumento de 76% nessa comparação.
De acordo com o SAD, o desmatamento acumulado no período de agosto de 2007 a março de 2008 no Mato Grosso totalizou 1.853 km2. Em relação aos mesmos meses do período anterior (agosto de 2006 a março de 2007), quando o desmatamento somou 2.203 quilômetros quadrados, houve uma redução de aproximadamente 16%.
Mais da metade (54%) do desmatamento entre janeiro e março de 2008 naquele estado ocorreu no município de São Felix do Araguaia. Em seguida, aparece Querência (10%) e Gaúcha do Norte (7%). O desmatamento ilegal representou cerca de 94% do total ocorrido no primeiro trimestre de 2008.
Como no Pará, a cobertura de nuvens (que impede a detecção do desmatamento) foi significativa nos três primeiros meses de 2008: 81% em janeiro, 70% em fevereiro e 21% em março. Portanto, as áreas desmatadas detectadas pelo SAD podem estar subestimadas. Ou seja: a derrubada das árvores pode ter sido maior ainda.

Leia mais no Pará Negócios, o site do jornalista Raimundo José Pinto

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