sábado, 24 de maio de 2008

Argello não seria Argello, se tivesse ouvido Péres

Vejam só o trecho de notícia que a Agência Senado disponibiliza em seu site com o senador Gim Argello (PTB-DF):
“Para o senador, Jefferson era um ‘exemplo de homem público, correto, sério e um homem de bem’. Gim Argello ressaltou que o senador sempre foi comprometido com as causas da República e informou que, sempre que podia, pedia conselhos a ele.”
Notaram aí? O senador informou que, sempre que podia, pedia conselhos a Jefferson Péres. É uma pena – e quem deve lamentar isso muito mais é o próprio Argello – que o senador tenha pedido conselho a seu colega amazonense só depois de ter chegado ao Senado.
Se Argello, antes disso, fosse até Jefferson Peres, certamente, com toda a certeza, seria aconselhado, por exemplo, a jamais ser amigo de Joaquim Roriz, o ex-governador do Distrito Federal que que renunciou porque foi flagrado em escutas telefônicas negociando a partilha de R$ 2,2 milhões com um ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) que foi preso pela Polícia Civil de Brasília. Há suspeitas de que Argello também tenha participação em esquema de desvio de recursos do banco.
Veja mais sobre Gim Argello e confira o quanto ele poderia deixar de fazer, se antes pedisse conselhos a Jefferson Peres:
* Em 2002, Gim foi acusado de ter recebido 300 lotes para facilitar a regularização do condomínio Alto da Boa Vista. A denúncia foi feita numa fita de vídeo pelo então secretário de Assuntos Fundiários e deputado distrital licenciado Odilon Aires, que se queixava do fato de ter ficado com “apenas” 50 lotes.
* Ele é réu em um total de cinco ações ou inquéritos judiciais. Seus problemas judiciais incluem um processo de execução fiscal por dívidas com a Receita Federal, outro de crime contra o sistema financeiro e a denúncia de ter provocado um prejuízo de R$ 1,7 milhão à Câmara Legislativa por meio de contratos firmados na área de informática. O assunto também se encontra em análise no Tribunal de Contas do Distrito Federal. Gim contesta todas as acusações.
* Seu nome também veio à tona durante a crise do mensalão, em 2005. Conforme registros contábeis da SMP&B Comunicação, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, a agência arcou com as despesas de Gim e seu sucessor na presidência da Câmara Legislativa, Benício Tavares (PMDB), durante viagem que ambos fizeram a Belo Horizonte. Os dois negaram qualquer favorecimento. De 2003 a 2005, a SMP&B foi a agência de publicidade da Câmara Legislativa, da qual recebeu mais de R$ 10 milhões. O processo de contratação foi iniciado por Gim (que publicou o edital de licitação) e finalizado por Benício (que assinou o contrato).
* O novo senador também carrega no currículo uma condenação. Em 2003, pagou multa de R$ 20 mil por propaganda eleitoral irregular.
Este é Gim Argello. Antes de conhecer Jefferson Péres, não esqueça.

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