Na FOLHA DE S.PAULO:
Em reunião ontem de manhã no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquadrou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, determinando que desse entrevista mais tarde para negar a adoção de medidas para conter a expansão do crédito. Mantega seguiu o roteiro traçado por Lula.
"O objetivo não é pisar no freio [do crédito]", disse à Folha um auxiliar direto do presidente. Segundo esse auxiliar, Mantega não discutiu nenhuma medida concreta ontem com Lula.
"Não há nenhuma medida em curso", afirmou Mantega, após a reprimenda presidencial. "Não estamos pensando em estabelecer limites de prazo para o financiamento. Apenas expus uma preocupação de que os prazos muito longos poderiam ser evitados. Mas é uma preocupação minha."
Na sexta-feira passada, a coluna de Merval Pereira, do jornal "O Globo", publicou que o ministro da Fazenda estudava a adoção de medidas para conter o avanço do crédito no país. Uma dessas ações seria restringir para 36 meses (três anos) o prazo de financiamento dos automóveis. Essa prazo, hoje, chega a sete anos.
Na sexta-feira, a equipe de Mantega confirmou que as medidas estavam em estudo. Mas, ontem, o ministro da Fazenda afirmou que estava apenas falando de sua preocupação com o ritmo sustentado do crescimento econômico.
Na reunião com Lula, o ministro da Fazenda disse que havia expressado a jornalistas apenas uma preocupação em buscar medidas que ajudassem a frear o consumo para tentar evitar que o BC (Banco Central) eleve os juros. O BC sinalizou recentemente que poderá aumentar a taxa básica de juros (Selic), hoje em 11,25% ao ano, para combater eventual alta da inflação.
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