sábado, 8 de dezembro de 2007

Maior autonomia aos juízes

Vale destacar aqui um comentário deixado no post Corregedor se defende da acusação de juíza, aí por baixo. Espaço aberto para Luiz Ismaelino Valente:

Sobre o quiproquo da remessa do ofício da juiza de Abaetetuba para a Corregedoria de Justiça acerca da transferência da presa, gostaria, como simples leitor do seu blog, de fazer uma perguntinha: por que cargas d'água a transferência de um preso do interior tem que ser decidida somente pelo Corregedor na Capital? Se o ofício foi de fato postado dia 20 lá no correio de Abaetetuba e só chegou à Corregedoria dia 23 de novembro, como informa a assessoria de imprensa do TJE, então passaram-se 3 dias. Se a menor ainda estivesse presa com os marmanjos, quantas vezes ela teria sido currada nesses 3 dias? Não está na hora de mudar essa regra, descentralizar e conferir autonomia aos juízes do interior?

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Agora, o vez do Poster.

O leitor tem razão. Inteira razão.

As regras existem para ser cumpridas, sim. Mas também existem para ser mudadas, quando não convêm mais, quando estão ultrapassadas, quando não condizem com a realidade de um país tão diverso como este e de um Estado tão grande como o Pará.

Às vezes - ou muitas vezes -, a obediência cega à norma deve ceder ao bom senso. E o bom senso, no caso, justificaria que a menor não ficasse custodiada numa cela junto com 20 marmanjos - como diz o leitor - nem sequer por um minuto, quanto mais por três dias.

Independentemente da observância à Lei de Execução Penal (LEP), ao que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aos regramentos do Judiciário do Pará, caberia à magistrada encontrar uma alternativa para salvaguardar a integridade física da menor.

Como o Brasil é o País que só tenta encontrar soluções quando a casa já foi arrombada, talvez fosse a hora de, conforme a ponderação do leitor, conferir maior autonomia aos juízes do interior, para que hajam de pronto, rápido, sem demora, sem maiores formalidades legais e administrativas, para evitar que se repitam eventos deploráveis como o de Abaetetuba.

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