sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Rua Antônio Barreto vira a vitrine da selvageria no trânsito em Belém



Se você ainda tem dúvida de que um sistema de trânsito - caótico, bagunçado e muitas vezes letal - pode ser regido pela lei da selva, então pegue um Ita onde você estiver e venha pra Belém.
Não é de agora que leitores do Espaço Aberto têm se manifestado estupefatos com o desregramento e com a lei da selva que imperam no Umarizal, sobretudo no corredor da Rua Antônio Barreto, uma das principais vias que ligam o bairro a vários outros.
Na rotina diária de selvagerias e desregramentos, os pedestres, sobretudo idosos e pessoas com deficiência, veem-se expostos a enormes riscos quando estão se deslocando não no meio da rua, mas nas calçadas.
Em qualquer lugar do mundo, vocês sabem, as calçadas devem ser o refúgio seguro para pedestres. Menos em Belém. Menos na Antônio Barreto. Menos no bairro do Umarizal.
Espiem nas imagens acima. Foram feitas por um garoto de apenas dez anos de idade, filho de leitora que mandou as fotos para o blog.
Ciclistas e motoqueiros servem-se das calçadas para atalhar o trajeto que fazem na Antônio Barreto. Com isso, escapam do trânsito pesado nos horário de pico. Com isso, chegam mais cedo a seus destinos. E com isso, podem acabar atropelando os pedestres que se deslocam nas calçadas.
A própria leitora que mandou as fotos, residente na Antônio Barreto, diz que por duas vezes quase foi atropelada. E o mesmo aconteceu com seu filho - o autor das fotos -, em três ocasiões.
Agora, vocês imaginem: se na  Antônio Barreto ocorrem comprovadamente barbaridades como essas, é certo que em muitas e muitas outras ruas de Belém pode ser observado o mesmíssimo cenário.
Como se dizia antigamente - valha-nos, quem?
A Semob?
A nossa heroica Semob?
Contem outra.
Ah, sim.
A onda de ciclistas trafegando sobre as calçadas também é a nova moda na Braz de Aguiar e adjacências, como mostram as fotos abaixo, da mesma criança com olhar atilado para os perigos que nos rondam.





Um comentário:

kenneth fleming disse...

CANTATA DE AMOR A BELEM DO PARÁ

(....)

Mas o Rio Guamá sussurra,
me conta baixo um segredo,
que sendo segredo de rio,
eu vou lhes contar sem medo, por muito amar a cidade :
- estão matando Belém,
desfigurando o seu rosto,
arrancando velhas mangueiras
e os ladrilhos das casas,
para construir sem beleza e sem asas
monstros horríveis de cimento armado,
Por favor, deixem Belém como era antes!

(....)

MARIA LUCIA GODOY

Sim, estão matando Belém, de pouco em pouco. Uma linda cidade que está totalmente degradada. Não há obra pública ou privada que se faça, e já na mesma noite, a mesma é vandalizada, pichada, depredada. Reforma-se uma Feira, e já no dia seguinte carregaram as tampas das privadas, as torneirinhas de plástico de 2,00 reais, além dos ambulantes que, com ligeireza, se adonam dos espaços públicos, inclusive das ruas - repito, das ruas, como se vê na Baixa de Belém.

Plantam-se árvores, e em poucos dias apenas poucas delas sobrevivem à sanha dos inconsequentes. Pinta-se uma fachada, embelezando a cidade, e já na mesma noite os idiotas lá deixam a sua marca de imbecis, de bandidos.

Já é chegada a hora de se dar um basta , de sermos intolerantes à esses bandidos. E ressalto : tais problemas não são só de Belém. Ocorrem em todo o país.

É hora de imitarmos Nova Iorque, com seu bem sucedido plano de "Tolerância Zero" implantado décadas passadas. Uma comunidade toda não pode ficar refém de uns tantos(não são poucos) inconsequentes. É preciso que a população acorde de seu sono quase permanente, da sua inércia, cobrando e propondo soluções.

A qualidade de vida em Belém está em níveis baixíssimos, e as pessoas continuam caladas, embaladas por suas músicas de péssima qualidade, "seguindo" influencers que nada sabem mas que se tornam as enciclopédias da população, passando horas a discutir suas paixões futebolísticas mas nenhuma a discutir o futuro do local onde moram, sempre ensimesmadas com seus celulares, nada vendo fora da telinha . Nem aquele ipê maravilhosamente florido que lhe dá um bom dia sem resposta e, resignado, larga rapidamente suas flores ao chão e se despede.