sábado, 6 de fevereiro de 2010

Re x Pa 2010: caso surreal

No AMAZÔNIA:

O futebol paraense chegou a um ponto que beira o surrealismo. Depois de idas, vindas e mais idas, ontem, houve mais uma reviravolta quanto à realização ou não do clássico entre Paysandu e Remo, marcado (?) para amanhã à tarde. Depois do governo do Estado, através da Procuradoria Geral do Estado (PGE), ter entrado com uma ação judicial e conseguido uma decisão liminar que liberou o Re x Pa, a despeito de recomendações dos órgãos de segurança, na quinta-feira, ontem foi a vez do Ministério Público Estadual tentar cassar a liminar.
O caso chegou à desembargadora Raimunda Gomes Noronha, presidenta em exercício do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), que depois de quatro horas de apreciação do processo, deixou a decisão para hoje. Ou seja, não há certeza alguma que vai haver a partida amanhã.
Na quinta-feira à tarde, a PGE entrou com uma ação alegando não ter sido consultada quando o MP e a Seel (Secretaria de Estado de Esporte e Lazer) firmaram o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que previa obras de segurança no Mangueirão. Foi justamente a não realização dessas obras que levou o MP a pedir e conseguir a interdição do estádio estadual. A juíza Sandra Klautau, que estava no plantão judiciário, concedeu a liminar ao órgão estadual.
Ontem pela manhã, os representantes do MP pediram a cassação da liminar, o que foi negado pela juíza Rosileide Filomeno, titular da 3ª Vara da Fazenda. Às 16 horas, os procuradores protocolaram o Agravo de Instrumento junto ao TJE. A documentação ficou nas mãos da desembargadora Raimunda Noronha.
Durante todo o final da tarde, eclodiram boatos de que a magistrada havia acatado a reivindicação do MP, mas não havia nada de oficial. Ela se reconheceu em sua residência e, às 23h, através da assessoria de imprensa do TJE, informou que, devido à complexidade do caso e à quantidade de documentos a serem analisados, somente nas primeiras horas de hoje decidiria pela manutenção ou revogação da liminar.
Desde terça-feira, quando houve o veto, o governo do estado, apoiado por Paysandu, Remo e Federação Paraense de Futebol (FPF), tentam a todo custo liberar o Mangueirão. A liminar concedida na quinta-feira liberava o estádio para 35 mil pessoas, 10 mil a menos que a capacidade máxima. O procurador geral do estado, Ibraim Rocha, e o titular da Seel, Jorge Panzera, afirmaram que haveria um plano especial de segurança para o evento.
Além da indecisão para atletas, comissões técnicas e clubes, o maior prejudicado nessa história é - para variar - o torcedor. Até 18 horas de ontem, segundo dados da FPF, pouco mais de 3 mil ingressos de arquibancada já haviam sido vendidos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ponha surreal nisso!!!

Nem Fellini pensaria num roteiro mais delirante!!!

Madison Paz disse...

Ora vejam só! No nosso campeonato “papa chibé”, o desespero está instalado por falta de estádio para a disputa de mais um REPA.

É o retrato do desmando, da forma como se administra uma atividade já consagrada como negócio sério e que, de um lado envolve profissionais que dele vivem a constante tentativa de tirar o sustento alimentar das suas famílias, enquanto a direção do mega negócio transcorre de forma provinciana, quase amadorística. Alias, esse quadro só será revertido quando os dirigentes dos nosso clubes conseguirem administrá-los desnudos da condição de apaixonados torcedores, deixando que, nas suas decisões, o emocional abandone a “cadeira cativa” ocupada nos seus subconscientes, deixando o “assento” livre, inteiramente a disposição do senso da razão. Porque não, um remista dirigindo o Paysandú, e vice-versa, com as suas obrigações PROFISSIONAIS de gestor empresarial claramente definidas e suas responsabilidades civis pelos atos praticados previamente enquadradas nas disposições legais que regem o decoro e a moralidade daqueles que se envolvem com a gestão da coisa alheia?

Voltando ao polêmico frenesi que cerca o próximo REPA, fica uma pergunta: Se nos tempos áureos do clássico paraense o “Leônidas Castro” e o “Evandro de Almeida” assistiram, muitas e muitas vezes o Leão abater o Papão e vice-versa, porque não levaram o jogo para uma dessas praças? Afinal, fala sério; o REPA de ultimamente já nem pode mais ser chamado de “clássico”, mas, exageros a parte, uma simples “pelada de luxo”, tal o estado lastimável a que chegou o nosso futebol.

A propósito, que pena ver que os paraenses só conseguem copiar dos amazonenses os exemplos de regressão, como no caso do futebol manauara.
Que pena; quanta tristeza! Mas vale a pena esperar. Quem sabe, depois de tudo o que a copa do Mundo em Manaus vai deixar de positivo ao Amazonas, até mesmo as condições para a recomposição do padrão do futebol amazonense aos níveis do que já foi o futebol paraense, venhamos nós a copiá-los, para que em futuro, ainda que longínquo, possamos sonhar com os verdadeiros clássicos entre Remo e Paysandu.