sábado, 27 de fevereiro de 2010

Zé Geraldo deixou petistas entre desgostosos e eufóricos

O explosivo discurso do deputado federal Zé Geraldo, que chegou a dizer que os paraenses e o governo Ana Júlia são reféns de Jader Barbalho e do PMDB, apanhou muita gente de surpresa.
Entre os surpresos, há vários petistas.
E entre os petistas surpresos, vários acham que Zé Geraldo acertou na mosca; outros, ao contrário, avaliam que ele detonou completamente qualquer possibilidade de uma recomposição capaz de garantir o PMDB de Jader como aliado do PT, no projeto de reeleger Ana Júlia governadora.
Os petistas desgostosos acham que Zé Geraldo deveria, no mínimo, ter guardado munição para mais à frente.
Acham que, abrindo o verbo agora, o deputado, ainda que numa atitude provavelmente isolada, externou opiniões e conceitos que acabaram, para consumo externo, parecendo refletir o posicionamento de todo o PT.
Esta teria sido uma das razões da nota (veja abaixo) divulgada ontem presidente da Executiva Estadua do PT, João Batista, que diz lá pelas tantas: "E é por reconhecer e respeitar as instâncias partidárias que o PT não tem por hábito a intromissão nos assuntos de outros partidos."
Mas há petistas que estão festejando – e como! – o fato de Zé Geraldo ter sentado o malho em Jader e no PMDB.
Consideram que o deputado escolheu acertadamente a seguinte tática: começar a sentar a pua em Jader e no PMDB, uma vez que já estaria convicto de que é absolutamente inviável qualquer possibilidade de conservar os peemedebistas na aliança que tentará reeleger Ana Júlia no pleito deste ano.
Os petistas que apoiam Zé Geraldo acham ainda que ele, trombeteando publicamente suas críticas da tribuna da Câmara, sinalizou à militância que todos os petistas devem, a partir de agora, assumir que o PMDB é adversário e concorrente eleitoral.
E mais: sinalizaria para a opinião pública que, em verdade, o PT deve parar de mostrar-se como cordeirinho perante Jader e deixar bem claro que, a esta altura do campeonato, o próprio PT é que não quer mais a aliança com o PMDB.
E com Jader, em consequência.

3 comentários:

Bia disse...

Bom dia, caro Paulo:

acho melhor o PT rever todas as posições que você descreve.

Um partido-cordeirinho, não tem condições de continuar governando.

Um partido que só critica o aliado quando ele se retira, insinuando que ele atrapalhou enquanto esteve juntinho, mas ficou calado enquanto convinha, é patife. Não pode governar também.

Vamos esperar a terceira-via das avaliações...rsrsrs..

Abração.

Anônimo disse...

Siceramente, isso se enuadra na máxima popular "Me engana que eu gosto...". Isso é tearo para a galera. Afinal é preciso ser convicente perante a conjuntura política construída com esse fim e,para no momento adequado,surpreender os eremildos idiotas...

Anônimo disse...

Também acho que é teatro, como define o Anônimo das 11:03. A política está sendo feita assim há tempos. E a cena protagonizada por Zé Geraldo vem tarde, se é que ele pretende convencer o PT e o governo de que bate no Jader e no PMDB para contribuir com a aprovação do projeto de empréstimo. Por outro lado, pode ter vindo na hora certa: quando começam a ficar mais evidentes os sinais de parceria umbilical de tendências petistas nas pressões ao governo feitas pelo PMDB.
Quanta incoerência! Afinal, não é contra o projeto neoliberal do PSDB que luta o PT e , em nome dessa luta, que se uniu nacionalmente ao PMDB? Como é que são capazes de por tudo a perder? Cruzes.