segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O adeus a Salvador Nahmias

No AMAZÔNIA:

Foi enterrado na manhã de ontem corpo do médico Salvador Nahmias. O sepultamento foi às 10h15 horas no cemitério judeu localizado ao lado do Cemitério Público Santa Isabel. Não houve velório, o corpo de Salvador Nahmias permaneceu na sinagoga Comuna Israelita desde a noite de sexta-feira até às 10 horas da manhã de ontem de onde partiu o cortejo fúnebre. Apenas parentes e amigos íntimos puderam se aproximar do caixão feito de madeira simples, sem polimento ou adornos, como manda a tradição judaica, forrado com um tecido preto e coberto com uma Estrela de Davi. Ao lado dele permaneceram a esposa de Savador, Vera Nahmias, e os filhos do médico, Rafael e Deborah Nahmias.
Sem sair do lado do caixão, a família de Salvador Nahmias recebia abraços e palavras de conforto dos poucos que conseguiam atravessar a barreira humana formada entre a entrada da sinagoga e o local onde a família se encontrava. Diane da Mata, amiga da família, dizia ainda estar em estado de choque desde que recebeu a notícia da morte do médico. 'Eu estava no trabalho quando recebi um telefonema avisando da morte de Salvador. Não pude acreditar. A notícia foi um choque tremendo, na verdade, ainda hoje me encontro com esse sentimento de incredulidade', disse.
O ex-secretário de finanças da prefeitura de Belém e amigo da família Nahmias, Ramiro Bentes, manteve-se na entrada do salão da sinaga enquanto aguardava o horário do enterro. Visivelmente consternado, ele preferiu manter uma certa distância do caixão. Depois de cumprimentar a família, Ramiro Bentes, membro da colônia israelita, preferiu permanecer do lado de fora da sinagoga. 'É um momento muito triste para todos. Para família, especialmente, mas acredito que para Vera (viúva) os próximos dias serão ainda piores. Acho que só depois que o corpo for enterrado é que ‘cairá a ficha’ do que aconteceu', lamentou.
Homenagens - Minutos antes do caixão ser levado ao cemitério, denominado Beit Haolam, que significa, na língua hebraica, Casa do Mundo ou Casa da Eternidade, a família se manifestou com algumas palavras de homenagem ao médico. A primeira a falar foi Deborah Nahmias, filha de Salvador. Chorando bastante, a jovem - que mora em São Paulo e não pôde ver o corpo do pai -, lembrou que sempre que o pai telefonava ele pedia que ela repetisse que o amava. 'Eu tive o melhor pai do mundo. Sempre que nos falávamos ao telefone ele dizia pra mim: ‘filha diz que me ama, mas diz muito alto pra todo mundo saber que você me ama’. Eu o amava muito e sei que ele está feliz agora porque eu estou aqui dizendo na frente de todos vocês e pra quem quiser ouvir o quanto eu o amo. Eu te amo pai', gritou Deborah.
As palavras de Deborah emocionaram todos os presentes, inclusive sua mãe e seu irmão que tomou a palavra em seguida. Rafael Nahmias clamou por justiça sobre o caixão de seu pai. Vera Nahmias, aparentando serenidade, falou sobre a bondade do esposo. 'Todos sabem o médico maravilhoso que foi e como era atencioso com seus pacientes, mas Salvador também foi um pai e esposo maravilhoso', afirmou a viuva. Encerradas as homenagens, o caixão foi levado até o carro fúnebre. O cortejo seguiu lenta e silenciosamente pelas ruas da Cremação até a avenida José Bonifácio, no bairro do Guamá, onde está localizado o cemitério judeu.

2 comentários:

Anônimo disse...

A voce Vera,Rafael e Debora so posso dizer que a dor aqui em São Paulo onde nos conhecemos é imensa e ainda estou em choque.
Um abraço da amiga Lourdinha.....

Anônimo disse...

Salvador foi um médico incomparável, uma pessoa maravilhosa que cativava a qualquer paciente logo na primeira consulta quando chegava ao consultório me sentia como em minha própria casa e sempre que de lá saia me sentia feliz por ter conversado com ele. Espero que sempre seja lembrado por seu trabalho, carísma, simplicidade e humildade. com certeza perdemos um grande médico mas acima de tudo perdemos um ser humano fantástico.