terça-feira, 9 de março de 2021

Lisca Doido é adoidado, mas é lúcido. Se o ouvissem, o futebol não contribuiria para o genocídio.


Lisca Doido é assim chamado, de doido, porque de fato é meio adoidado.
Mas é lúcido.
Às vezes, Lisca Doido é tão lúcido que nos faz lamentar seja ele um treinador de futebol, e não, por exemplo, um ministro da Saúde.
Se Pazuello, com todo o respeito, tivesse um terço da lucidez da Lisca Doido, o Brasil já teria se livrado de pazuellices horrorosas. E já estaria vacinando muito mais gente do que já vacinou até hoje.
Mas isso é outra história.
Apresentemos Lisca Doido para leitores meio avessos a futebol e que, portanto, não o conhecem: ele é um técnico. Atualmente, comanda o América/MG, uma espécie de terceira força do futebol mineiro, ao lado dos gigantes Cruzeiro e Atlético.
Esse desabafo de Lisca Doido (veja na imagem acima) viralizou  - e ainda viraliza - nas redes sociais.
E a viralização não é à toa.
Num país em que falta vacina, falta governo federal, falta capacidade de gestão e falta senso de humanidade, neste país, enfim, sobram insensatez, crueldades, 266 mil mortes e 11 milhões de infectados pela Covid.
É uma insensatez, uma doidice tamanha, uma irracionalidade criminosa a CBF manter a Copa do Brasil, neste momento em que o País enfrenta o ápice da tragédia causada pela pandemia.
Espiem a ilustração acima, pinçada da edição de O Globo desta terça (9).
Nesta primeira fase da Copa do Brasil, que começa amanhã, os clubes viajarão 87 mil quilômetros, meus caros. Muito embora os estádios ainda estejam fechados para o público, imaginem quantas pessoas (entre atletas, comissão técnica e pessoal de apoio) estarão expostas às consequências de toda essa movimentação.
Na quarta-feira da próxima semana, 17 de março, o Remo vai se deslocar até Bento Gonçalves (RS), para enfrentar o Esportivo. Ida e volta, o time percorrerá cerca de 7 mil quilômetros.
É possível isso, gente?
Como se pode admitir que uma competição como a Copa do Brasil, com esse formato, seja mantida num contexto trágico como o que vivemos?
Em qualquer País onde dirigentes e governantes tivessem apreço pela vida humana, não teríamos Copa do Brasil.
E teríamos Lisca Doido como ministro da Saúde.
Sem brincadeira!

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