ISMAEL MORAES - advogado
A
região oeste do Pará, que tem Santarém como polo, possui singular patrimônio
natural – desnecessário falar sobre tudo o quanto todos já sabem.
A
expertise acumulada por anos de atuação e a formação sólida de muitos
servidores qualificados da autarquia federal ambiental são uma das faces da sua
imprescindibilidade na tutela do ecossistema.
Mas,
ao deparar desvios funcionais graves de alguns agentes, a presidência do Ibama,
o Ministério do Meio Ambiente ou quejandos optam, para resolver o problema,
fechar as portas do órgão em Santarém. É aquela velha estória do marido que
surpreende a mulher com outro homem no sofá de casa – para tentar resolver a
questão, o traído toma uma decisão: vende o sofá...
Se
isso resolvesse – fechar o órgão quando ocorresse caso grave de corrupção –, deveríamos fazer um plebiscito para fechar o Congresso Nacional e extinguir o
próprio gabinete da presidência da República, pois toda semana (não é uma vez por
ano!) nos envergonham com “esquemas” que só a criatividade criminosa pode
engendrar. Ora, seria mais fácil - e bem melhor - vendermos todos os
sofás.
O
MPF pode acionar governo federal, caso este leve adiante a genial ideia de
fechar o Ibama de Santarém. E por que algum cidadão de Santarém, daqueles mais
aguerridos inimigos também do governo estadual, não mostra a sua coragem e
propõe uma ação popular contra o governo federal?
Aos
que se colocam como inimigos figadais de todo governo estadual pela alegada
defesa de Santarém com unhas e dentes contra o abandono, saibam que a retirada
da gerência local do Ibama não deixará apenas o rastro da destruição ambiental;
representará mais uma perda de receita para a economia local – coisa de algumas
dezenas de milhões de reais ao ano, sem contar a cadeia indireta.
E
aí, alguém vai representar ao MPF ou ser autor de ação popular?
2 comentários:
Não conheço o caso, mas se a corrupção for generalizada no órgão, quem vai para lá? Não é fechamento temporário, até encontrar quem se disponha a ir morar na cidade?
E por que o senhor não faz, já que é advogado? Eu também não conheço o caso!
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