Impressionante, não, meus caros?
Verdadeiramente impressionante.
É como dizia o velho Nelson Rodrigues: em nenhum ramo da atividade humana a glória anda tão perto, tão colada, tão na ilharga - para usar termo bem paraense - da tragédia como no futebol.
Vocês aí, que acompanham regularmente futebol, que não são torcedores bissextos, que não torcem apenas de quatro em quatro anos, vocês mesmos, enfim, podem atestar isso.
Quantas vezes não vemos, num intervalo de 90 minutos, um estádio inteiro aplaudir um goleiro e logo depois vaiá-lo impiedosamente, por causa de um frango?
Pois é.
É o que estamos vendo agora.
Até a vitória da seleção brasileira contra a Croácia, na estreia pela Copa, o que vimos?
Vimos um clima de ufanismo.
Vimos um país ineditamente acrítico em relação à seleção brasileira.
Aí, veio o empate com o México.
Pronto.
Para muitos, o mundo desabou. Ou começou a desabar.
Já vemos, agora, muitos coleguinhas - muitíssimos - azedando os comentários, fazendo cobranças, dizendo que outras seleções estão melhores que a do Brasil, que continuando assim poderemos ser surpreendidos e blablablabla.
Bastou um jogo, meus caros, apenas um joguinho para, digamos assim, as coisas voltarem ao normal.
Sim, porque o normal é apoiarmos a seleção, claro. Quem aí não quer o hexa? Todo mundo quer, presume-se.
Mas uma coisa é queremos o hexa, o hepta, o octa e sei lá o que mais; outra coisa, bem diferente, é ficarmos nesse oba-oba, como se a seleção brasileira fosse a sétima, a oitava, a nova e a décima maravilha do mundo.
E não é.
Todos - eu, tu, ele, nós, vós, eles - sabemos que a seleção brasileira não é o suprassumo, não é a quintessência do futebol.
É, sim, uma das melhores seleções do mundo.
Está, sim, entre as favoritas porque joga em casa.
Mas esse time do Felipão tem falhas, gente. Várias falhas que precisam ser corrigidas até antes da partida contra Camarões, na segunda-feira.
E vocês querem saber de uma coisa?
Para o bem de todos e felicidade geral da Nação, esse empate contra o México foi ótimo, sabiam? Foi excelente.
Porque nos fez descer ao chão.
No chão, poderemos firmarmos.
Poderemos pisar firmes.
Rumo ao hexa, é claro.
Um comentário:
Não, não acabou. Somente com a desclassificação.
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