quarta-feira, 28 de maio de 2014

O ufanismo em torno da seleção não é bom. É péssimo.

A seleção de 82: a melhor de todas. Mas nem esta recebeu tanto apoio como a que disputará a Copa de 2014
Que impressionante, hein, meus caros?
Verdadeiramente impressiona o clima de ufanismo em torno da seleção brasileira, que daqui a duas semanas começará a disputar a Copa do Mundo.
O poster acompanha Copas desde a de 70.
Já acompanhou, portanto, 11 Mundiais de Futebol.
E nunca antes, jamais, em tempo algum, na história de participação do Brasil em Copas do Mundo, viu-se uma seleção tão exaltada, tão acreditada, tão apoiada (quase à unanimidade) como esta.
Nem mesmo a seleção de 82, aquela de Zico, Sócrates, Falcão e companhia, foi tão paparicada como esta.
Nem mesmo a seleção de 82, que o pessoal aqui da redação, à unanimidade, considera a melhor do Brasil em todos os tempos, melhor até mesmo que a de 70, tricampeã no México, pois nem mesmo aquela seleção obteve apoio tão grande quanto esta.
E isso - o quase ufanismo, a quase unanimidade, o apoio quase irrestrito - não é bom?
Não é.
Ao contrário, é péssimo.
Primeiro, porque mostra que o senso crítico - inclusive de maciça maioria dos coleguinhas - está, como diríamos, meio toldado, meio enevoado, meio suplantado pelo excesso de otimismo.
Segundo, porque o clima de já ganhou instila entre os torcedores expectativas de tal ordem que todos poderão ser induzidos a imaginar que somos os melhores do mundo antes mesmo de, eventualmente, sermos os campeões do mundo, o que somente se confirmará se ganharmos o título, evidentemente.
Terceiro, porque o favoritismo da seleção brasileira não a distancia de outras seleções que são tão boas ou melhores que a do Brasil, muito embora se encontrem em desvantagem em decorrência do fator torcida.
Mas torcida, como ensina aquela velha máxima do futebol, não ganha jogo. Ajuda a ganhar, mas não é fator decisivo para uma vitória.
Não é mesmo.
O que ganha jogo, vocês sabem, é bola na rede. E ponto final.
Não haverá tempo ainda de os coleguinhas baixarem um pouco a bola, para que a própria seleção não se deixe inebriar por convicções que poderão fazê-la calçar salto alto nos momentos capitais da Copa?

2 comentários:

Anônimo disse...

Convém esclarecer que o "ufanismo" seria da galera, digamos, menos informada; que tem sido maciçamente bombardeada por propaganda oficiosa-oficial do "paraíso artificial" em que "agenti moramu".
Onde nem precisa de metrô pra ir pro estádio-ultra-mega-monumental; "nóis vai di jegui", decidiu o grande-guiaa-pai-de-todos.
Aliás, lembram do "pra frente Brasil, dos anos 70 de chumbo? hoje tá parecido, né não?!

Anônimo disse...

Maracanazo II inevitável.