terça-feira, 3 de abril de 2012

Mensalão em julho não dá

No blog Radar on-line, de Lauro Jardim, sob o título acima:

Marco Aurélio Mello está receoso quanto à data do julgamento do Mensalão. Há, no STF, quem defenda uma convocação extraordinária no recesso de julho para o caso.
Crítico à ideia, Marco Aurélio diz que o Mensalão é um caso como qualquer outro. Para ele, a solução, muito antes de se convocar sessões em julho, passa por aproveitar melhor o tempo da Corte. Diz Marco Aurélio:
- Se não atrasasse tanto o início das sessões e reduzisse a pausa do cafezinho daria tempo para tudo.

Do Espaço Aberto:

Com todas as vênias – milhões delas – às ponderações do ministro Marco Aurélio, mas ele está muito enganado.
Enganadíssimo.
Não é o cafezinho que atrasa o julgamento de processos como o do mensalão.
E nem o atraso para o início das sessões.
O que atrasa é o palavrório, são as exposições intermináveis, as perorações (toma-te!), ou seja, as conclusões de voto que deveriam ser sintéticas, mas são quilométricas e, portanto, demoradas.
Sim, o Supremo é uma corte.
Cortes são colegiados.
Nos colegiados, há questões complexas que requerem exaustivos debates, até porque interessam à coletividade e, no caso do Supremo, à coletividade brasileira, ao país inteiro.
Mas, admitam todos, inclusive o ministro Marco Aurélio: em muitas, muitíssimas matérias, sobretudo quando os demais ministros concordam com o relator, bastaria que o dissessem. “Sigo o relator”. Pronto. E ponto.
Mas não.
Temos repetições demais.
Temos lero-lero demais em casos que nem são tão relevantes como o mensalão.
É por isso que casos relevantes, como o do mensalão, vão ficando para todas as calendas.
Inclusive para as calendas gregas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeito a sua ponderação. Parece que em algumas cortes o hábito faz o monge. Está na hora dos magistrados se antenarem com a opinião pública. Dá para esclarecer muita coisa em apenas 1 minuto (é só ver os exemplos de telejornais no mundo). Basta uma reciclada. Afinal, estamos no século visual, muitas palavras já não cabem mais a essa geração de habitantes do planeta terra.