Do site da UNE
É com imenso pesar que a UNE se despede de uma de suas grandes lideranças estudantis, Valmir Bispo, que presidiu a entidade entre os anos de 87 e 88. Em meio às comemorações do dia do índio, o Brasil infelizmente perde esse importante militante, primeiro presidente paraense da entidade, grande defensor do direito dos estudantes em seu estado e no país, homem que durante toda sua vida pregou o respeito e a inclusão dos povos indígenas.
O corpo de Valmir foi encontrado na manhã desta quinta-feira (19), em sua residência no bairro da Campina em Belém do Pará. A causa da morte ainda aguarda laudo pericial para ser esclarecida.
Para o atual presidente da UNE, Daniel Iliescu, essa é uma grande perda. “Dois dias após a passagem da Caravana da UNE pelo Pará, onde o assunto da violência foi muito debatido, tivemos essa triste notícia. Prestamos nossas condolências à família e reconhecemos o legado deixado por Valmir para o movimento estudantil e para o país. Com certeza a vida dele não foi em vão’’, declarou.
Valmir Bispo tinha 50 anos e atuava como diretor do núcleo de arte e cultura da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Como primeiro paraense a presidir a União Nacional dos Estudantes, sua gestão contribuiu com inúmeras conquistas importantes para o movimento estudantil brasileiro como a meia-passagem, em Belém, entre o final dos anos 80 e início dos anos 90.
Para a vice-presidente da UNE, Clarissa Cunha, a trajetóriade Valmir foi inspiradora. “Estamos num momento de muita atuação política do movimento estudantil no Pará, no meio das eleições do DCE da UFPA. Dessa forma, a notícia do falecimento de um companheiro que tem toda uma importância pros estudantes, nos deixa um sentimento de tristeza muito grande. Ao mesmo tempo em que o legado deixado por ele e sua história de militância nos inspira a seguir em frente’’, lamentou.
Ferrenho defensor da cultura brasileira, Valmir foi também superintendente da Fundação Curro Velho, além de um grande incentivador dos debates sobre a inclusão social de povos indígenas e quilombolas.
Segundo a diretora da UNE, Marcela Rodrigues, também paraense, Valmir trabalhou ativamente em defesa da cultura de seu estado e do nordeste como um todo. ‘’Para nós paraenses, Valmir foi uma grande inspiração de luta pelos direitos das minorias. Ele dedicou a vida toda, desde o movimento estudantil até os dias de hoje em defesa da cultura brasileira. Pensar que sua morte ocorreu na data em que comemoramos justamente o dia dos índios, esses que foram tanto defendidos por ele, torna-se até simbólico’’, declarou.
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