"Eu sou um corno!!!"

O Twitter - e as redes sociais em geral - são verdadeiras armadilhas.
São zonas de risco.
Muito risco.
Muitíssimo.
O Twitter, como aqui já se disse uma vez, é areia movediça de dimensões tuísticas.
No Twitter - e nas redes sociais em geral -, vírgulas podem se transformar em areias movediças, areias movediças em tsunamis e tsunamis, no fim do mundo.
Se simples vírgulas são capazes de desencadear esse turbilhão de riscos, de eventos, imaginem então palavras. Ou mesmo frases inteiras.
Ontem à noite, por volta das 22h, os cerca de 4,3 mil seguidores de atleta de um grande clube de Belém depararam-se com este tuite:
"Eu sou um corno!!!"
Assim mesmo.
Literalmente assim.
Com todas as letras.
E incluindo os três pontos de exclamação.
A postagem no microblog ficou ali por uns 15 ou 20 minutos e foi apagada.
Sabe-se lá se foi retuiteada.
Para quem não tem perfil no Twitter, retuitar uma postagem é quando outras pessoas replicam, repetem, copiam uma mesma postagem, que assim vai ganhando uma difusão em proporções inimagináveis.
E acaba, muitas vezes, como naquele caso do "Menos Luíza, que está no Canadá".
Pois bem.
Se a postagem do "Eu sou um corno!!!" foi retuitada ou não é o de menos.
O que interessa nessas situações é dimensionar a repercussão, o sentido e as circunstâncias em que essas coisas ocorrerem.
O jogador, como já se disse, deletou a postagem e, logo depois, explicou a seus seguidores que foi hackeado.

"Tem tanta coisa p cara fazer vai colocar isso no twitter dos outros", declarou o jogador, que se disse vítima do hackeamento.

Essa é uma circunstância a que todos estamos sujeitos.
Hackers estão aí para isso mesmo.
Como também todos estamos sujeitos a maldades e perfídias - intencionais, deliberadas, dolosas.
Como também estamos sujeitos à tentação de usar essas redes sociais como fontes de confissões ou de conversas eminentemente pessoais, no limiar da seara do íntimo, e que podem acabar criando enormes complicações. Para terceiras, quartas e quintas pessoas, inclusive.
Esse caso - mais um, dentre trocentos mil que ocorrem por aí - indica que as areias movediças virtuais só tendem a se ampliar.
Seja por tentações pessoais.
Seja por acasos que nos levam a colocar vírgulas nos lugares errados, dando ensejo a mil e uma interpretações equivocadas.
Seja pela deliberada intenção de usar esses espaços com propósitos incondizentes com o comedimento e a moderação, o que é muito difícil, reconheça-se, nestes tempos em que as virtualidades estimulam exibicionismos gratuitos e superexposições perigosíssimas e deploráveis.
Seja por ataques de hackers - como o jogador diz que foi o seu caso.
Seja sabe-se lá mais por quê.