terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma greve. E meia cidade parada. De novo.

Belém agora, como ontem, está parada.
Meia cidade não anda.
Está um tumulto só.
Tudo por conta da manifestação dos trabalhadores da construção civil, que estão em greve por melhores salários.
Eles têm o direito de fazer greve e pedir até 1.000% de aumento.
Têm o direito de fazer greve para exigir até que o mar vire sertão e o sertão vire mar.
Mas não têm o direito de fechar ruas e causar transtornos à cidade inteirinha.
Ninguém pode se arrogar esse direito.
Nem professor, nem jornalista, nem advogado, nem juiz, enfim, a ninguém é dado o direito de afrontar o direito dos outros, sob a alegação de que o faz para defender seu próprio direito.
Em qualquer país civilizado, organizações sindicais precisam pedir licença ao Poder Público para num dia, em determinada hora, fazerem uma passeata pelas ruas que forem previamente definidas.
É assim que funciona em países que observam as suas próprias leis e, acima de tudo, observam o bom senso.
No Brasil, não.
Aqui, o cidadão é que precisa pedir licença para passar em ruas que entidades sindicais fecham afrontosamente.
Isso é uma bagunça, um desrespeito a qualquer um.
E em Belém, a bagunça é dobrada, é generalizada.
Que tal se todos nos reuníssemos para fechar várias vias da cidade e, com isso, impedíssemos os operários da construção civil de chegar aos canteiros de obra onde trabalham?
O sindicato da catiguria, certamente, iria estrilar. E se estrilasse, o faria com razão, porque um direito dos trabalhadores - o de ir e vir - estaria sendo violado.
Como é, então, que eles impedem meia cidade de se locomover?
E o que faz a puliça? Nada.
Fica olhando para, como se diz, garantir o livre exercício de manifestação.
Hehehe.
Falem sério.
A puliça tem tem que desimpedir a rua.
Aliás, tem que desimpedir as ruas.
À força, se necessário.
À força não significa que deva matar, esfolar e espancar.
À força significa usar de energia e dos meios necessários, que as leis permitam e as circunstâncias exijam, para garantir que a cidade seja de todos.
E não apenas de trabalhadores da construção civil em greve.

3 comentários:

Anônimo disse...

Se a polícia não faz nada, criticam; se faz (e aí teria que ser na força e não há meios de não haver violência, no caso concreto, basta ver a polícia londrina e a ação no RJ), também. Que tal extingui-la?

Anônimo disse...

O anônimo das 8:19, defensor incondicional da força contra a população, esquece de informar que os conflitos de Londres aconteceram por causa do assassinaro covarde, por parte da polícia britânica, de um pai de família - pobre- e que os conflitos no Complexo do Alemão aconteceram por causa da violência gratuita das Forças Armadas contra os moradores - pobres- da favela. Lógico que o anônimo é defensor do uso da força contra os pobres. Deve ser daqueles que se horrorizam quando algum figurão aparece algemado, e protestam contra o desrespeito aos cidadãos. Claro que ele se acha mais igual que os outros. Essa é a imagem de nossa elite descarada.

Anônimo disse...

a midia não mostrou,mas se vc quiser checar,se houver novas passeatas amanhã,quinta,é só ir lá onde realisa uma delas e conferir:uma boa parte dos manifestantes,estão todos bêbados.