segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Um desafio aos defensores da divisão do Pará

Do leitor Augusto Nunes, sobre a postagem Seja bem-vindo ao novo Pará:

Eu seria completamente a fovar da divisão do Pará se por trás de tudo isso não estivesse, acima de qualquer desculpa, o interesse político insano de alguns em tomar para si o poder de um estado que nunca conseguiram de verdade.
A realidade do Pará ou do Tapajós ou de Carajás jamais mudará com a divisão; acredito que possa até mesmo piorar. No caso de Carajás, poderemos tomar por base o município de Serra do Navio, no Amapá, que após o esgotamento mineral, tornou-se um polo de pobreza extrema.
Todos os cidadãos, com um mínimo de discernimento, podem ver a situação precária em que se encontram as regiões que querem a emancipação, mas esta realidade difícil não é diferente na ilha do Marajó ou no Baixo Tocantins, por exemplo. Visitem os municípios de Bagre ou Limoeiro do Ajuru e saberão a que me refiro.
O grande problema do Pará inteiro é de gestão municipal. A política do Estado do Pará é isonômica e na maioria das vezes até privilegia as regiões "rebeldes", porém o cerne do problema está verdadeiramente na gestão municipal. Desafio aqui e agora qualquer tapajônico ou sulparaense a ir ao site da Controladoria Geral da União (CGU) me indicar um único municipio, dos que ficarão sob suas jurisdições, que teve sua administração analisada por aquele órgão federal e aprovada.
Todos os municípios do Estado do Pará, incluindo os da região do Tapajós e Carajós, analisados nos últimos 10 anos, estão eivados de toda sorte de roubalheira, o que me leva crer que o mal não está no Pará, mas nas administrações municipais, ou seja, os "inimigos" estão muito mais presentes e próximos do que se imagina e por lá irão ficar. Não adianta mandar um caminhão de dinheiro se tudo será dilapidado antes mesmo da aplicação no objeto de sua finalidade.
Se algum leitor vier aqui e me provar que um único munípio das referidas regiões tenha recebido um elogio da CGU, mudo meu voto imediatamente pela divisão.

5 comentários:

Anônimo disse...

O Estado do Tapajós, uma luta de mais de 150 anos.

Os antecedentes do movimento de emancipação de Tapajós são antigos, a ideia da criação desta nova Unidade Federativa partiu do governo central há mais de 150 anos, datam do início do século XIX, aproximadamente 1923.
No Oeste o desejo emancipacionista tem raízes históricas que vêm desde a metade do século XIX, quando Dom Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da Província do Rio Negro, mais tarde Província e estado do Amazonas, depois que as elites daquela unidade intentaram, sem êxito, a separação por conta própria, em 1832.
Após a perda territorial de sua imensa banda oeste, as elites paraenses permaneceram inconformadas, e os atritos foram frequentes entre as duas unidades. Surgiu, então, a ideia de se criar uma terceira província, que viria, naquele momento, arrefecer os ânimos das elites locais. Em 1869, foram intensos os debates no Parlamento Imperial sobre a necessidade de transformar o Baixo Amazonas paraense (hoje chamado de Oeste do Pará) em uma província autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha três comarcas: Belém, Santarém e Manaus. Santarém adquiria, assim, status jurídico e administrativo semelhante ao das outras duas cidades, alimentando o sonho da autonomia que jamais veio a se realizar. A redivisão territorial voltou a ser discutida novamente, para resolver as diferenças de limites entre as duas províncias, nos anos de 1869 e 1877.
Após a instalação da República, foram feitas várias propostas de reordenamento territorial do Brasil e todas, sempre evidenciado a Amazônia e citando o Tapajós, seja como província ou como um futuro estado.
Entre os anos de 1933 e 1980, foi proposta a redivisão territorial da Amazônia, incluindo o estado do Pará, apontada como alternativa de desenvolvimento social a criação do estado do Tapajós. Nomes como os de Segadas Viana, Juarez Távora e Ronan Liberal (Prefeito de Santarém), propuseram a criação do estado.
Em 1984, ocorreu uma importante reunião no antigo Hotel Tropical, em Santarém que consolidou um novo momento de luta pelo plebiscito do estado do Tapajós. Por pouco não criou-se o Estado do Tapajós, na Assembleia Constituinte de 1988. Embora não tenham consolidado a criação do Estado, fundou-se a Frente Popular pelo estado do Tapajós, tendo coletado mais de 17 mil assinaturas, em pouco mais de 15 dias úteis, tendo dado entrada no Congresso Revisor, de uma emenda popular, protocolada sob o número 12.977-7, que hoje, junto com o relatório 01/90, respaldam o projeto do Senador Mozarildo Cavalcanti, de 1993.
Em 1995 um relatório da Comissão de Estudos Territoriais da Assembleia Legislativa do estado do Pará, deu viabilidade à criação do estado do Tapajós, então uma ação político-popular , entrou no Senado Federal com o Projeto de Decreto Legislativo de Consulta Plebiscitária sobre a criação do estado do Tapajós, em 1999.
Em 2011, a luta pela emancipação e o desenvolvimento.

Anônimo disse...

A análise é correta.
Enquanto não se enquadrar - com agilidade, ressalte-se - os maus gestores, o atraso permanecerá nos municípios paraenses.
Se ainda não conseguiram frear o prefeito de Belém, Duciomar Costa, que afronta a justiça, imagine os gestores dos municípios longínquos.
Pior é que existem políticos de prestígio, como o ex-presidente Lula, que defendem e protegem corruptos.
Aí não dá!

Anônimo disse...

Assim como há interesses escusos pela divisão do estado, há também pela manutenção desse Pará continental.
O que dá pra ri, dá pra chorar.

Anônimo disse...

Infantil esse argumento.
Imagine. A CGU já elencou umas dezenas de prefeitos pilhados surrupiando o erário no Pará autal, na parte que ficaria remanescente, isso seria motivo para se extinguir o Pará.
A começar por Belém, a capital do Pará atual.
Por isso o povo belemense ficaria sem estado?
Essas e outras idiotices que pululam na internet.
Vão constar no anedotário politico.
Ora, me comprem um burro....

Anônimo disse...

Nota 1 milhão para o AUGUSTO NUNES. Muito bem pensado.A questão não é territorial, mas de gestão administrativa pública. Ainda fico com a colocação do Pelé de que o povo não sabe votar, continuamos aprendendo, melhoramos um pouquinho, mas a colocação do Rei do futebol ainda está dentro do prazo de validade.