quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O que ela disse

“Fui atacada de forma clara. Quem deixou claro que eu estava sendo atacada foram até vocês [jornalistas], que registraram em todos os jornais há um mês a fala da senhora Mônica [mulher de José Serra] contra mim. Era a fala de que a Dilma é a favor de matar criancinhas. De fato um absurdo notório. Então, eu não acusei ninguém de nada. Constatei o que vocês noticiaram e está gravado."
Dilma Rousseff (na foto, com o governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral), candidata do PT a presidente da República, justificando-se depois de sentar a pua, baixar o malho no adversário José Serra no debate da Band, domingo passado.

4 comentários:

Anônimo disse...

Essa aí é daquelas que joga a pedra e esconde a mão.

Renato disse...

Ué, quem será então que deu aquela entrevista que está no Youtube se dizendo a favor da descriminilização do aborto e que aborto é questão de saúde pública?
Será que a direita fez um clone de Dilma, ou ela esquece o que fala?

Mary Cohen disse...

É ASSUSTADOR esse fundamentalismo instalado no debate político. As pessoas estão tirando das sombras o que tem de pior em termos de preconceito moral e religioso.
O aborto é uma grave questão de saúde pública. Esse entendimento e o respeito à dignidade das mulheres levaram os dois últimos governantes que ocuparam a presidência da República a garantir avanços significativos nesse campo, com a aprovação de duas normas técnicas, pelo Ministério da Saúde.

A Norma Técnica Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes de Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, de 1998, assegura assistência imediata a mulheres vítimas de violência que queiram interromper uma gravidez não apenas indesejada, mas imposta pela desonra de um estupro. O Código Penal de 1940 assim o permite. A Norma Técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento, de 2004, orienta sobre o acolhimento e tratamento digno que toda mulher em processo de abortamento, espontâneo ou inseguro, tem direito ao ser atendida no Sistema Único de Saúde.

O processo brasileiro de democratização já se revelou maduro e plural o suficiente para não sucumbir a pressões eleitoreiras e conservadoras que pretendem tão-somente ocultar e desprezar o sofrimento de milhões de mulheres para quem o aborto é o último recurso. Por isso mesmo, o aborto não deve ser pago ao custo de sofrimento, solidão, enfermidade ou mesmo a morte.
Portanto, nada mais inoportuno que a inserção desse tema num debate enviezado, cheio de ódio e preconceito.
O Brasil não merece isso.
Mary Cohen - advogada e defensora dos direitos humanos.

Mary Cohen disse...

Paulo,
Aproveito ainda para externar minha opinião acerca da campanha neo-nazista e de extrema direita que circula pela rede de computadores. Isso é muito perigoso e tira do foco o que realmente interessa numa disputa eleitoral: educação, saúde, segurança, democracia, desenvovimento e sobretudo o respeito entre todos.
Veja no link abaixo
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17058&boletim_id=777&componente_id=12898
Abraços
Mary