Flexa Ribeiro: “Vamos manter e ampliar as alianças”

Tido até então como uma senador sem voto, Fernando Flexa Ribeiro (na foto) surpreendeu.
Na eleição de domingo, pôs no baú 1,8 milhão de votos e tornou-se o senador mais votado da história do Pará.
Ele ainda não fala especificamente de acordos para o segundo turno, mas dá uma sinal. “Nunca o povo esteve tão abandonado. Agora, vamos manter e ampliar as alianças atraindo mais partidos e lideranças”, afirmou.
Abaixo, a entrevista de Flexa ao Espaço Aberto.

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O senhor, até mesmo em alguns segmentos de seu próprio partido, era apontado como a zebra dessas eleições. E acabou como o recordista de votos nas eleições para o Senado no Pará. O senhor acreditava não apenas que se elegeria, mas que faria história?
Com muita humildade, agradeço a Deus e ao povo do Pará por essa vitória que conquistamos. Agradeço muito esse reconhecimento. Quando definimos nossa candidatura, tínhamos a certeza de que, quando o povo do Pará pudesse conhecer nosso empenho e trabalho no Senado Federal, nós teríamos o reconhecimento. Uma disputa eleitoral é a busca da confiança das pessoas e dos votos. Então, o resultado das urnas comprova que o povo do Pará reconhece no Flexa um senador atuante e defensor da nossa gente e das nossas causas. E esse é um motivo de muito orgulho e que agradeço imensamente aos paraenses. Hoje, todo mundo sabe que tive 100% de presença nas votações. Que fui relator de mais de 300 projetos. Que assumi presidência de comissões de trabalho, como a de Ciência e Tecnologia. As pessoas passaram a conhecer nosso trabalho e o reconhecimento veio. Agora, a responsabilidade e o compromisso aumentaram. É uma pena que hoje a TV Senado não tenha sinal aberto em Belém e no Pará. Em 2006 iniciou o processo de expansão da TV Senado por todo o país e buscamos trazer o sinal aberto. Mas, mesmo sendo cessão onerosa, onde o Estado iria receber por isso, a governadora não permitiu ceder o espaço da Funtelpa. É importante o acesso à TV Senado, pois é um canal onde as pessoas vão poder acompanhar e fiscalizar o trabalho dos senadores que elegeu. E acredito que com ela, a gente poderia mostrar, durante todo o mandato, aquilo que pudemos mostrar com a propaganda eleitoral.

Há uma indefinição sobre a situação de dois de seus concorrentes, Jader Barbalho e Paulo Rocha, até aqui impugnados pela Lei da Ficha Limpa. É possível uma nova eleição para o Senado, dependendo da decisão no Supremo?
Olha, todo mundo acompanhou nossa campanha. Sempre nos preocupamos apenas em mostrar nosso trabalho e as nossas propostas para defender o Pará no Senado. E a população reconheceu no Flexa um senador atuante que merecia a confiança do eleitor para continuar lá. Aprendi com meu pai que para crescer na vida a gente não precisa tentar apagar a luz dos outros. Basta fazer a nossa brilhar mais. Então, essa é uma questão que deve ser respondida pela justiça. O resultado das urnas nos colocou - e reitero meu agradecimento ao povo do Pará - no primeiro lugar.

O que será preciso fazer para que Jatene repita a vitória no segundo turno e se eleja governador?
Vamos continuar e ampliar nosso trabalho, uma vez que Jatene é recebido com enorme carinho por onde passamos. Todos nós estaremos juntos. Não vamos descansar. Vou trabalhar firme para eleger Jatene e Serra aqui no Pará. É importante ressaltar o seguinte: há um consenso de que existe um sentimento de repúdio à atual situação. Isso está comprovado. Nunca o povo esteve tão abandonado. Agora, vamos manter e ampliar as alianças atraindo mais partidos e lideranças.

E o Serra? O senhor acredita numa virada?
Agora começa uma nova eleição. O Serra teve um crescimento importante e apresenta as melhores propostas para o país. Não tenho dúvidas de que no debate aberto, com mesmo tempo de televisão, a população vai reconhecer isso. Também serão importantes os debates da televisão, quando os dois candidatos terão um confronto de idéias direto e mais aprofundado.