quinta-feira, 9 de abril de 2009

Segmento tucano acusa Mário Couto de desagregador

Tucano com tucano se entende?
Nem sempre.
Nem sempre tucano se entende com tucano.
Ao contrário, não é raro que tucanos se biquem. Ou não se biquem – se é que vocês preferem assim.
Deem uma olhada nesses dois tucanos aí em cima. Ambos olham na mesma direção. Mas, em verdade, um não quer olhar para o outro.
É mais ou menos assim entre os tucanos do Pará. Mais ou menos.
Há um grupo deles que está um poço, aliás, está um ninho até aqui de mágoas – para não dizer de exasperação – do senador Mário Couto, até aqui pré-candidato declarado, confesso e juramentado ao governo do Estado na eleição de 2010.
O mínimo, mas o mínimo que dizem é que Couto está sendo desagregador.
Reclama esse grupo de tucanos, por exemplo, que Mário Couto, sob o estímulo, a inspiração e as bênçãos do ex-governador Almir Gabriel, atualmente vivendo em seu autoexílio paulista, está telefonando para meio mundo – senão para o mundo inteiro -, convidando para que interlocutores, inclusive prefeitos, o acompanhem na série de visitas que fará ao interior do Estado.
Tucanos insatisfeitos com Mário Couto dizem mais: que a alguns “correligionários” o senador oferece até viagem a Brasília para o bate papo, com a mal disfarçada tentativa de enturmá-los com a causa de sua (dele, Couto) pré-candidatura ao governo do Estado. “E por conta, tem até casamento no meio, apadrinhado pelo mesmo oráculo paulista”, como alguns tucanos já se referem a Almir Gabriel, que no momento demonstra ser Mário Couto desde criancinha.
Ainda segundo os tucanos anticoutistas, os convites para as viagens de ônibus estão incomodando vários segmentos do partido, principalmente os que têm assento no Legislativo estadual. “O partido está preocupado é com outras agendas, entre elas a eleição do Diretório Estadual”, avisa um tucano com quem o blog conversou ontem.
Ele entende que Mário Couto, ao declarar-se publicamente pré-candidato, atropelou o processo natural do processo (ou melhor, das negociações pré-eleitorais).
“O senador afoito quer porque quer criar um clima de pré-campanha e lançar sua candidatura sem ouvir os tucanos daqui, preferindo o tucano que bateu asa e voou para São Paulo. Parodiando o ditado, o recado vem sendo dado na surdina: tucano que renega o ninho e as missões eleitorais acaba sem bico suficiente para dar ordem e cacife para mandar atropelar o ninho inteiro. Nessa batida, vai acabar destruindo de vez o ninho inteiro. O PT e o PMDB agradecem!”, ironiza o tucano insatisfeito com Mário Couto e que diz expressar a opinião de vários outros integrantes do partido.

3 comentários:

luluquefala disse...

Com quem será
Com quem será
Com que será que madame vai casar ?
Vai depender
vai depender
vai depender se o Amaral vai querer...

luluquefala disse...

Êta que isso aqui tá bom demais !
Quem deve estar relaxando e gozando, é a oposição.

Anônimo disse...

QUANTO A INSENSATEZ OFUSCA UMA HISTÓRIA DIGNIFICANTE
Não sou tucano dos emplumados - nem de primeira, nem de última hora -, mas tão-somente simples espectador da cena mais ou menos por dentro. A percepção que se tem, tanto na rua quanto nos bastidores do ninho tucano, é a de que Mário Couto não pode ser empurrado goela abaixo do partido por um tucano que, como diz o blog, “bateu asa e voou”.
Alguém aí lembra?: Não foi o ex-governador Almir Gabriel que bateu em retirada do ninho, com o coração e mente magoados com Jatene e o Pará, e se dizendo vítima de traição? E que por isso ele perdera a eleição e se autoexilara em São Paulo, em vez de ficar aqui para reconstruir ninho e poleiro, evitando que aves de rapina do passado e do presente retomassem o poder do Estado?
Com perdão da poesia mal resolvida: eleição e traição formam uma rima pobre do ponto de vista da literatura, mas é comum e corriqueira na crônica eleitoral (às vezes policial). Se há alguém traído ontem e hoje é o partido. Ontem e hoje! Ora, Dr. Almir, tão inteligente e perspicaz, não estudou a Filosofia – o ciclo histórico –, para sacar que seu tempo passou? Pode até conhecer, mas seu estilo autoritário, muitas vezes grosso, centralizador, dono da primeira e da última palavra não lhe permitem ser racional, conciliador, ponderado. E jamais gosta de ouvir essa verdade a seu respeito. Mata-se, mas não muda. E nem precisa estudar filosofia ou ci6encia política para saber que tudo passa, tem começo e fim na proporção que os personagens concorrem para esse último estágio da história. E às vezes o precipitam.
O ciclo que Almir Gabriel comandou acabou não por causa da idade dele, mas porque não dá mais para fazer política com bigode apontado para os correligionários e não correligionários como se fosse espinho do porco, ferindo, espicaçando, impondo algum tipo de medo. E todo político que passa a enxergar somente o seu umbigo, esquecendo de olhar perifericamente (ou se negado a exercitar isso) termina por precipitar o ocaso. Dr. Almir é típico ente desse processo. Mas não aceita.
É exatamente por falta dessa percepção que ele, alimentando ódio mortal – dizem alguns interlocutores com assento em vários fóruns, inclusive na praia de Bertioga – contra Jatene e uma dúzia e tantos ex-companheiros, não declinou da sua última e polêmica candidatura. Foi a derrocada, que agora, por vias tortuosas, ele pretende consertar. Vai só agravar.
É só por isso (e nenhum interesse pelo Pará, afinal não é crível que ele ache que Mário couto possa ser um bom governador, dada sua história com nenhum capítulo edificante) que ele defende essa candidatura inconsequente do senador. Mário, inocente útil, deixa-se levar, convenientemente, na qualidade de “bucha de canhão”. Ele sabe muito bem a que pretende vir. Lixe-se o povo e o Estado!
Foi por causa das suas convicções e idiossincrasias outras que Almir cometeu erros anteriores e fatais para a qualidade política e administrativa do Estado. Ao ser recusar a ser candidato a prefeito, ofereceu a oportunidade para que Duciomar Costa conquistasse dois mandatos de prefeito, e por conseqüência construiu o cenário que elegeu Mário Couto a senador; e o erro mais fatal ainda foi a teimosia de ser candidato ao terceiro mandato de governador. Por pura vaidade, sem nenhuma autocomiseração ou análise racional dos cenários positivos e negativos em que essa candidatura se precipitava, permitiu a destruição quase total do que se chamou Novo Pará, uma coligação vitorias por três mandatos que se propunha a mudar a cara do Estado. Deu no que deu! E assim, impediu que companheiros da sua geração, pó por ele criados, continuassem o projeto. A última eleição para prefeito foi mais uma pá de cal na sua pretensão de ser o grande líder para sempre. O que sobra já agora é apenas história nada edificante, construída a partir de Bertioga por interlocutores nem sempre honestos nos relatos e opiniões. Jamais se pensou que Almir, astuto, se deixasse levar, já na sua terceira e avançada fase da vida, por per personagens de dentro e de fora do seu ninho, contaminadas por interesses pessoais e nenhum pouco transparentes.
E agora, à distância, da sua cadeira de balanço à beira de praia paulistana, Dr. Almir que reescrever (para pior) a história política paraense, empurrando goela abaixo - só para se vingar de Jatene - um candidato tucano que não tem estofo técnico e muito menos moral para dirigir os destinos do Estado. Em momento em que tudo precisa mudar para nos safarmos da crise global que agrava o passivo econômico, social e humano de décadas. Dr. Almir sabe disse melhor do que a média dos políticos paraenses, mas está cego pela sua própria história, da qual excluiu os melhores capítulos. Capítulos dignos de registro, mas agora mitigados pelo ódio, pela raiva e insensatez que retroalimento mais uma bravata política. E por ser bravata, com tudo para dar errado.
Pobre Dr. Almir Gabriel - cuja história de “o maior governador do Pará desde o final do Século IX até início desde”, será sempre referenciada, elogiada, querida e respeitada - está sendo mais estúpido do que antes. No seu gesto niilista, quer levar todo mundo ainda mais para o fundo do poço político. E o Estado para uma derrocada mais grave. Se e não fosse um cidadão com a idade que tem, haveria de ser adolescente impertinente, inconseqüente.
Pobre Pará que não consegue produzir políticos capazes de construir, por muito tempo – independente de cor partidária –, histórias transcendentes e definitivas de desenvolvimento econômico, social, humano neste Estado rico, porém pobre exatamente por causa deles.