Pais contestam Seduc

No AMAZÔNIA:

Um dia após as denúncias sobre as condições precárias da Escola Estadual de Ensino Fundamental Gregório de Almeida Brito, pais e funcionários contestam as justificativas dadas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Eles alegam que não faz apenas uma semana que a bomba d’água da escola foi roubada, como a Seduc divulgou, através de nota. Além disso, os pais dizem não acreditar nas providências anunciadas ontem pela secretaria, já que há mais de um ano ela promete resolver os problemas estruturais do colégio e substituir os equipamentos com defeito. Enquanto isso, os alunos continuam frequentando as aulas sem ter água sequer para lavar as mãos.
Mãe da estudante Daiana Almeida Vaz, que é aluna da Escola Estadual Gregório de Almeida Brito, a dona-de-casa Cláudia Néia de Souza Almeida diz que, ao contrário do que a Seduc informou, a bomba d’água não foi roubada no último final de semana e sim no mês de fevereiro. Ela também conta que as crianças já ficaram outras vezes, por um longo período, sem água no colégio. 'A bomba foi roubada desde a época do carnaval e não no último final de semana. Minha filha traz água de casa não só porque agora não tem água, mas porque quando tem é da torneira. Além disso, não é a primeira vez que a escola fica sem água por tanto tempo. Essa foi a segunda vez que roubaram a bomba', garante.
A informação é confirmada por um funcionário, que preferiu não se identificar, por medo de retaliações. Ele conta que faz aproximadamente um mês que a escola está sem água, por conta do roubo do equipamento hidráulico. 'Já faz um mês ou mais que a bomba foi roubada e estamos sem água', afirma.
A dona-de-casa Lúcia Bezerra Fontelles, que tem seus dois filhos - Alan Bezerra Fontelles e Alerson Ferreira Fontelles - matriculados na escola diz que as crianças já levavam água de casa mesmo antes de bomba ser roubada. Além disso, ela diz que como não tem merenda regularmente, seus filhos também são obrigados a levar merenda todos os dias. 'Meus filhos começaram a trazer água de casa desde antes de a escola ficar sem a bomba. Como o filtro da escola está há muito tempo quebrado, eles tinham que tomar água direto da torneira e acabavam passando mal. Uma vez meu filho chegou em casa com febre, vômito e diarréia. Como ele não tinha comido nada de diferente, logo deduzi que seria da água que ele tomou na escola. Mas além da água, tenho que providenciar a merenda para os dois, porque não tem merenda todos os dias e não sabemos em quais dias vão dar', afirma.