sábado, 21 de março de 2009

Os limites do papel de informar

O blog recebeu por e-mail uma carta da leitora Annita Pereira.
Ela defende o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Cipriano Sabino, alvo de supostos envolvimento em abusos sexuais contra menores.
Desde que este blog entrou no ar - precisamente no dia 30 de novembro de 2007 - até hoje, aqui se mencionou pouquíssimas vezes o nome de Sabino. E em nenhuma delas, no contexto do assunto que é alvo da abordagem da carta. Para confirmar, clique aqui e veja as postagens em que Sabino é citado.
Mesmo assim, conceda-se à leitora o direito – todo o direito deste mundo – de se manifestar e externar seus juízos e sentimentos sobre pessoa de seu círculo de amizades.
Com a palavra, Annita Pereira.

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É com profunda indignação e tristeza que escrevo esta carta para esclarecer e opinar sobre as barbaridades que estão imputando de forma arbitrária ao Cipriano Sabino. É muito fácil acusar, sem provas, sem respeito, sem bom senso uma pessoa pública e digna como o Cipriano. Acusar sem consistência alguma, envolver sem sensatez a ele e a uma família inteira, amigos, colegas de trabalho, enfim, sem sequer pensar nas mínimas consequências, e o que é pior, tentar envolvê-lo em uma acusação tão séria e descomedida, colocando-o no mesmo “patamar” de pessoas que cometem esses tipos de crimes.
O Cipriano é um homem sério, comprometido, competente, ligado a Deus, com uma conduta digna, certamente incapaz de cometer as atrocidades das quais vem sendo injustamente acusado.
Indubitavelmente a imprensa, os meios de comunicação têm o seu papel de informar. Mas, em momento algum se pode condenar um cidadão que nunca teve nada, absolutamente nada, que desabonasse sua conduta. E que continua não tendo.
A verdade virá à tona e com ela a justiça, mas infelizmente os danos psicológicos e emocionais dos tantos que estão envolvidos, bem como os reflexos no seu nome, tão rigorosamente justo e honesto, esses serão lentamente recuperados e terão que enfrentar uma verdadeira e lenta batalha, sem preço, para serem esquecidos. Com sequelas irreparáveis para ele e seus familiares.
Espero ainda que a verdade seja logo esclarecida e que, com a mesma frieza que alguns acusam, eles sejam firmes e humildes para se redimir diante do povo paraense e principalmente do Cipriano e sua família.

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde, caro Paulo:

Boa tarde, Annita:

cumprimento o nosso Poster pela generosidade e a você, Annita pela disposição de se expor, num mundo onde a lealdade e a amizade estão em falta. Isso é louvável, mesmo que o objeto da nossa amizade talvez não o mereça.

Animei-me a dar meu depoimento pois lembrei de mim, ao ler sua defesa do seu amigo, porque fiz o mesmo há poucos anos, quando uma figura que eu conhecia desde as lides sindicais, foi acusada – e presa – por malversação de dinheiro público. À época, defendi-o entre todos os amigos e adversários. Defendi-o pelo passado que eu conhecia e pelo carinho que eu lhe tinha.

Passados pouco mais de três anos, tenho hoje certeza de ter me enganado. Isso. Eu me enganei, não há erro na colocação do pronome. Ele era usufrutuário de dinheiro público. Chinfrim, digamos, mas o ladrão de galinhas também é ladrão, goste eu ou não.
Assim, Annita, desejo-lhe sorte. O ex-deputado e hoje Conselheiro parece-me qualquer coisa menos um indefeso cidadão sobre quem armou-se uma arapuca. Essa foi minha ilusão quando defendi, em nome da amizade e do respeito, quem não merecia.


Abraço, Paulo.

Anônimo disse...

Obrigada Paulo pela publicação e Bia pela opinião. Só não entendi sua analogia, não sou daquelas que faz comparações, analiso friamente caso a caso.