No AMAZÔNIA:
Um ex-presidiário foi executado na frente da casa dele no final da tarde de ontem, no bairro do Curuçambá, em Ananindeua. O deficiente físico Sancley Pinheiro de Miranda, 30 anos, levou um tiro na nuca, disparado por um desconhecido que andava de bicicleta na via principal do bairro, próximo ao linhão da Eletronorte. Ao ver o corpo do filho estirado no chão, o pai dele, Milton de Miranda, começou a chorar de forma desesperada e foi consolado por seu outro filho no local.
Sancley estava sentado em uma mureta de concreto, na estrada do Curuçambá, entre as passagens São José de Alencar e Santo Antônio, observando a movimentação na rua, como costumava fazer, segundo parentes dele. Testemunhas que não se identificaram disseram que, por volta de 17h30, uma pessoa chegou armada em uma bicicleta e disparou vários tiros na direção da vítima. Peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, porém, detectaram apenas um ferimento fatal, na nuca de Sancley. Ao ser atingido, ele caiu na calçada, enquanto que suas muletas permaneceram de pé, encostadas na parede.
As características do crime e os relatos de moradores fizeram o sargento Damasceno acreditar que se trata de execução. 'Dizem que foi a segunda vez que tentaram matar o rapaz. Na primeira, ele ficou com problemas de locomoção na perna, mas não morreu', disse o policial militar. No entanto, ele alertou que tais informações são meras especulações. 'Ele (a vítima) pode ter algum envolvimento com tráfico de drogas também, mas só as investigações poderão apontar alguma coisa com mais consistência', completou.
Um dos irmãos de Sancley, Sandro Adilson Pinheiro de Miranda, não quis dizer o motivo da deficiência física do irmão. Ele apenas informou que Sancley era açougueiro desempregado, o mais novo de oito irmãos e que tinha o costume de fumar maconha. O suposto envolvimento no tráfico de drogas foi negado. 'Ele realmente já passou pela prisão por causa de alguns furtos bobos, coisa simples. Daqui de fora não dá para saber por que alguém iria querer sua morte', alega Sandro. A vítima deixou esposa, um filho e um enteado, com os quais morava.
O pai do jovem, Milton de Miranda, ao ser impedido de ver o corpo do filho, exclamou: 'É meu filho, quero pelo menos ver o rosto!', aos prantos, enquanto era consolado por Sandro, o outro filho.
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