No AMAZÔNIA:
A reunião entre polícia e os representantes dos manifetantes, que estava marcada para as 15h30 de ontem não aconteceu, ou pelo menos não foi concluída. Uma comissão formada por moradores chegou a entregar uma pauta de reivindicações à juíza Rejane de Oliveira e representantes da Polícia Militar (PM). Entretanto, antes que os encaminhamentos fossem dados na reunião, os manifestantes que bloqueavam a pista não permitiram a passagem do carro de Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) e do Corpo de Bombeiros, segundo versão da polícia. Isso causou um grande tumulto e a polícia precisou mais uma vez intervir. Bombas de efeito moral e balas de borracha foram disparadas, ferindo algumas pessoas. A tropa de choque avançou e foi 'empurrando' a multidão, em um dos momentos mais críticos do dia. Muitas pessoas entraram no mato, para que não fossem feridas. A pista foi então liberada e homens do Corpo de Bombeiros apagaram as chamas. Com a confusão, a reunião não foi finalizada e remarcada para a noite. Entretanto, até as 21 horas ainda não tinha ocorrido.
Após a liberação rodovia, os manifestantes formaram diversos grupos e se espalharam pela cidade inteira. Em várias ruas, principalmente às proximidades de prédios públicos, dezenas de pessoas estavam reunidas. O clima de tensão era grande e todos os comerciantes fecharam as portas. Por volta das 16 horas, um grupo tentou mais uma vez invadir e incendiar a Câmara de Vereadores, mas foi impedido pela Polícia Militar, que a essa altura já estava posicionada em pontos estratégicos. Foi a segunda vez que a população tentou atear fogo na Câmara. Na noite de anteontem, chegou a ocorrer um princípio de incêndio, que foi contido pela PM. Segundo informações extra-oficiais fornecidas por um policial militar que não será identificado, existe interesse de alguns vereadores na destruição do prédio, talvez por questões políticas. De acordo com o PM, existe esta suspeita porque chaves do prédio e também das salas de vereadores foram encontradas dentro da Câmara quando o princípio de incêndio foi debelado e teriam sido fornecidas aos manifestantes.
Até aquele momento, centenas de pessoas se aglomeravam nas ruas, e a tensão só aumentava. Os manifestantes afirmaram que iriam, a qualquer custo, incendiar a Câmara de Vereadores e outros locais como delegacia de polícia e até a casa da prefeita. Ao lado da Câmara, um grupo conseguiu atear fogo em um monte de lixo que estava à beira da rua Major Lira Lobato. 'Há três meses que não é feita coleta de lixo na cidade. A prefeita (Dilza Pantoja) não conseguiu se reeleger e abandonou completamente a cidade. Além de outros problemas, como a falta de pagamento dos funcionários públicos. A população não agüenta mais tanto descaso', disse o morador Tenison Miranda Lobato, que vive em Igarapé-Miri há 20 anos. De acordo com ele, a violência começou a ficar fora de controle no município há cerca de quatro anos.
Um comentário:
O pavio está aceso como nunca, queimando, queimando...e a violência se espalhando por todo o estado.
Perguntas (im)pertinentes:
- onde vai explodir o próximo ato dessa espiral de impunidade, violência e ausência do estado?
- qual a próxima agência bancária a ser assaltada?
- quem será a próxima vítima da famigerada "saidinha" próximo aos bancos?
- quantos e quais serão executados por pistoleiros na garupa de motos?
- onde ocorrerá a próxima abordagem de carros por pivetes "tolinhos" armados para matar?
- vai demorar quanto tempo para a próxima fuga de menores da "universidade do crime", já devidamente "recuperados por medidas sócio-educativas" de faz-de-contas?
- onde vai acontecer a próxima chacina entre traficantes e devedores-consumidores?
Cartas para os orgãos de segurança do estado (que está em estado lamentável).
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