No AMAZÔNIA:
Os dois dias de paralisação dos delegados de Polícia Civil do Pará, amanhã e sexta-feira, não devem afetar o trabalho nas delegacias do interior do Estado. Segundo a presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Pará (Adepol), Perpétua Picanço, a ação vai se concentrar apenas na Região Metropolitana de Belém. Além disso, ela garantiu que não haverá piquetes para impedir o registro de ocorrências, mas apenas uma movimentação nas delegacias para esclarecer os usuários.
Se houver a adesão esperada pela Adepol, nos dois dias de paralisação serão registrados apenas boletins de ocorrências de flagrantes policiais. Perpétua alerta que esta será a última paralisação de advertência; caso não avancem as negociações com o governo, a categoria entrará em greve.
Apenas a metade dos 540 delegados no Pará poderão ser beneficiados pela decisão judicial expedida pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJE), que determina que o governo do Estado equipare os salários dos delegados com os promotores de Justiça. Os mais novos, que entraram na polícia depois de 1998, foram deixados de fora por conta de uma reforma na Constituição, no artigo 39, de acordo com a justificativa escrita na decisão judicial. 'Primeiro vamos buscar o cumprimento da decisão, para depois lutar pela isonomia entre as carreiras', disse Perpétua, diante da contradição proposta pelo TJE. Em sua opinião, a decisão judicial é ignorada pelo Estado até hoje porque ela não propôs multa punitiva, em caso de descumprimento.
A paralisação começa oficialmente às 9 horas de amanhã, mesmo horário da audiência pública, na Assembléia Legislativa do Estado, dos delegados com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), TJE e deputados estaduais. A audiência é resultado de uma reclamação constitucional, um tipo de ação judicial que a Adepol ingressou na Justiça, em 2006, por conta do descumprimento da decisão do TJE, por parte do Governo do Estado. 'O legislativo tem que entrar na discussão, pois ele participou da aprovação das leis na época (Lei Orgânica da Polícia Civil, de 1994) que nos davam o direito à equiparação salarial', disse a presidente da Adepol.
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