No AMAZÔNIA:
Com 2,5 mil ambulantes legalizados em Belém, o movimento de compras no centro comercial da capital paraense é grande, mas sem tumultos. De acordo com o diretor de Planejamento da Secretaria Municipal de Economia (Secon), José Estênio Souza, os trabalhadores passaram a respeitar as normas do órgão e não comprometer o ir e vir das pessoas, que tomam as ruas do comércio nessa época do ano.
Trabalhando como ambulante desde 1995 no mesmo lugar, Ubelina Brito dos Santos é uma das legalizadas para atuar na rua Santo Antônio, esquina com a avenida Presidente Vargas. Ubelina afirma que todos os anos tem seu cadastro, junto à Secon, renovado. 'Os fiscais estão sempre por perto. Se trabalhar direito, com o cadastro em dia, não tem nenhum problema. Mas tem muita gente que não é legalizada e a prefeitura nem faz nada', dispara a ambulante, que diz que chega a ganhar cerca de R$ 1 mil por mês com a venda de máquinas de calcular, rádios e outros pequenos aparelhos eletrônicos.
Segundo a Secon, aproximadamente 10 mil ambulantes sem cadastro atuam no comércio informal, em Belém. José Estênio explica que em 2007 foi feita uma pesquisa que traçou o perfil de 2 mil camelôs. 'A pesquisa definiu quem eram esses ambulantes. Se eram legais ou não, assim como suas necessidades. A partir disso, criamos um cadastro de atividades regulares, que permite aos ambulantes de trabalhar normalmente', diz o diretor.
Hilton José Rodrigues, de 75 anos, conta que 'nasceu no comércio informal'. Conhecido como 'China', o ambulante que se diz o mais antigo do centro de Belém não tem medo de dizer que não tem cadastro ou é regularizado para vender o que desejar. 'Eu não mexo com ninguém, só faço vender as minhas coisas. Um dia estou aqui (rua Santo Antônio), outro dia estou na Presidente Vargas. Eles (os ficais) me vêem e não fazem nada. Mas quando eles me pedem pra ir embora, eu vou', diz seu Hilton.
Para a professora Luciana Maria da Luz, de 34 anos, os camelôs são uma forma acessível de comprar os presentes de Natal, já que além de preços baixos, são mais flexíveis em relação a descontos. 'Você encontra a mesma coisa que o shopping oferece com o preço mais barato. Se os donos das lojas podem ganhar dinheiro nessa época, porque os ambulantes também não podem? É claro que é preciso uma organização para que não poluam as ruas', observa Luciana.
O diretor de Planejamento da Secon afirma que a partir de janeiro, um programa oficial para cadastrar feirantes e ambulantes será lançado para facilitar a vida dos trabalhadores. 'Não são só os ambulantes que serão beneficiados, os feirantes também poderão se cadastrar nesse programa específico, que já está em fase final de conclusão', assinala José Estênio.
Um comentário:
Alguém sabe qual a origem dos produtos vendidos pelos senhores ambulantes?
Seria produto contrabandeado da China? do Paraguai?
Ou tudo está legal e correto?
A Secon não faz essa indagação também?
Ou basta estar cadastrado e está tudo bem?
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