A conversa de três horas – em tom áspero, mas civilizado – entre a governadora Ana Júlia Carepa e o deputado Jader Barbalho, presidente regional do PMDB, no último domingo à noite, mostrou pela enésima vez que Ana Júlia é PT, mas antes de tudo é Democracia Socialista.
Mostrou pela enésima vez que Ana Júlia é governadora, mas não conseguiu desgarrar-se da forte, intensa, permanente e, ao que parece, irresistível influência da Democracia Socialista (DS), tendência petista à qual pertence a chefe do Executivo e que dá as cartas no governo estadual.
Ao final do encontro com Ana Júlia, e depois das ponderações feitas de parte a parte, Jader voltou para casa certo de que havia convencido a governadora de que o mais inteligente, politicamente, seria o governo chancelar o acordo que garante, na chapa do peemedebista Domingos Juvenil, o cargo de 1º vice-presidente ao tucano Ítalo Mácola.
Pois bastaram algumas poucas horas para que Ana Júlia voltasse atrás e passasse a defender sua posição inicial: não admitir sob hipótese alguma que um tucano ocupasse a 1ª vice-presidência da AL, sob a alegação que o PSDB fez a mesma coisa em relação ao PT quando reinou absoluto no Pará, por exatos 12 anos.
No máximo, Ana Júlia externou sua concordância a que se desse ao PSDB o cargo de 2º vice-presidente; mas o de 1º, nem pensar.
Onde entra a DS nisso tudo?
É que a DS exerce influências auriculares das mas intensas sobre Ana Júlia.
E os argumentos da DS sempre sensibilizam a governadora.
Mesmo que tais argumentos, vale dizer, sejam expostos por scholars, por acadêmicos e PhDs que povoam os corredores do Palácio dos Despachos.
Esse pessoal ilustradíssimo sabe muito de tudo – ou pelo menos dá a impressão de saber -, mas derrapa feio quando convocado a tratar no varejo da política.
É na política do varejo os doutores normalmente se enrolam.
Normalmente.
Eles não apenas se enrolam, mas enrolam a governadora.
Um comentário:
Da DS não! Do puty (com minusculo mesmo) e do Maurilio que botou ele lá.
A gov só ouve essemané.
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