terça-feira, 26 de agosto de 2008

Executado na porta da escola

No AMAZÔNIA:

O aluno José Admilson Costa Reis, de 19 anos, foi assassinado, ontem, em frente à Escola Estadual Augusto Meira, na qual cursava o 3º ano, no bairro de São Brás. Baleado no peito, ele morreu no local. Segundo as primeiras informações, colhidas no cenário do homicídio, o estudante reagiu a um assalto. Os dois rapazes que o abordaram, um dos quais com características de ser adolescente, queriam roubar a bicicleta dele.
Ainda de acordo com essa versão, que se confirmou mais tarde, José Admilson reagiu e lutou com esse jovem, agarrando-o pela camisa. Só que o garoto portava uma arma de fogo. A dupla de acusados fugiu na mesma bicicleta na qual chegaram àquele endereço. A bicicleta de José Admilson - ficou perto do corpo. Também surgiu uma versão, que chegou a considerada pela Polícia Civil, que um desconhecido aproximou-se do estudante, chamou-o pelo nome e atirou no peito dele.
O assassinato revoltou alunos e professores do 'Augusto Meira', que, no início da noite, pensavam em fazer uma manifestação, hoje, em frente àquele colégio, na avenida José Bonifácio. A idéia era pedir segurança para a comunidade escolar. José Admilson tinha acabado de fazer uma prova de recuperação. No momento, os estudantes estão em período de fazer recuperação. Descrito como bom aluno e uma pessoa calma, ele apanhou sua carteirinha e saiu pelo portão da frente da escola, que fica próximo à avenida Gentil Bittencourt.
Logo em seguida, foi abordado pelos dois jovens. Comentou-se, também, que esses acusados seriam ex-alunos do colégio, mas essa informação só poderá ser confirmada quando eles forem identificados e localizados pelos policiais. José Admilson, que morava no bairro da Terra Firme e estava na escola desde o 1º ano, reagiu ao assalto, lutando com um dos ladrões.
Ele caiu na calçada em frente à escola, perto do portão de entrada do colégio. Profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) compareceram ao local e tentaram socorrer o aluno. Mas ele não resistiu à gravidade do ferimento no peito. A equipe do Samu não pôde fazer mais nada ao chegar, mais tarde, uma vez que o estudante já estava morto.
Investigadores da Seccional de São Brás e policiais militares da 2ª Zona de Policiamento também estiveram no local do assassinato. Lotado na 2ª Zpol, o subtenente João afirmou que as informações obtidas até então indicavam que José Admilson morreu durante uma tentativa de assalto. Mas que diligências estavam sendo realizadas para tentar identificar, localizar e prender os criminosos e, assim, esclarecer sua morte.
“A gente não tem segurança aqui. Não adianta simplesmente ter um guarda ou um porteiro. Precisamos de polícia', afirmou a estudante Raiane Silva, de 16 anos, e colega de José Admilson. 'Podia ser qualquer um de nós. Precisamos de polícia em todos os lugares. Quando isso vai acabar?', perguntou a jovem, que, tomada pela emoção, chorava bastante, sendo amparada pelos demais alunos. 'Estamos todos à mercê da violência', completou a professora Maria das Dores, lembrando que também é mãe e tem filho freqüentando a escola, mas não o 'Augusto Meira'.
Outros professores disseram que, à noite, alunos e docentes costumam andar em grupos, para, dessa forma, tentar diminuir a possibilidade de ser alvo dos bandidos. Eles afirmaram que, às proximidades da escola, ocorrem muitos roubos. 'Aqui é assalto direto', afirmou uma professora. Um primo do estudante também esteve no local do assassinato. Mas, abalado emocionalmente, preferiu não conversar com os repórteres.
Os policiais militares tentaram preservar o local do crime, já que as pessoas queriam olhar o corpo do estudante e faziam perguntas sobre as circunstâncias do crime. Os PMs permaneceram na área até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística, do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Após o levantamento de local, trabalho realizado pelos peritos, o corpo do estudante foi removido para o Instituto Médico Legal, que também faz parte do CPC Renato Chaves. À noite, circulou a informação de que um dos suspeitos seria um rapaz conhecido como 'Soneca', o qual seria ex-aluno da escola estadual Augusto Meira.

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