Na FOLHA DE S.PAULO:
A candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, foi vaiada e hostilizada em palestra a estudantes universitários na noite de ontem e, pela primeira vez na campanha, teve que enfrentar manifestações ostensivas relativas ao "relaxa e goza" que disse durante a crise aérea do ano passado.
Marta chegou a ser interrompida pelas manifestações e ameaçou ir embora.
Os cerca de 500 estudantes de direito, relações internacionais e comunicação da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) que a aguardavam no auditório lotado fizeram um grande barulho quando a petista chegou, com 40 minutos de atraso. Em meio a vaias, assobios, gritos e alguns aplausos, estudantes levantaram papéis com a inscrição "relaxa e goza".
A petista começou a falar em meio a muito barulho. Recebeu uma flor de um estudante, mas foi interrompida quando disse ter recebido a prefeitura em estado precário devido às gestões de Paulo Maluf (93-96) e Celso Pitta (96-00). Sobreveio uma grande vaia e um coro de "Maluf, Maluf, Maluf". O fundador da FMU, Edevaldo Alves da Silva, foi secretário de Maluf.
Professores da instituição tentaram conter os ânimos, mas nesse momento novas faixas com "relaxa e goza" foram levantadas. A expressão foi dita por Marta em junho de 2007 em recomendação aos que sofriam com o caos nos aeroportos. No mesmo dia ela se desculpou. Além do "relaxa e goza", outras faixas foram levantadas com menções a processos que ela responde na Justiça e às taxas que criou em sua gestão (01-04). Em uma delas, lia-se: "Qual é a TAXA da palestra?". "Se não tiver condições de falar, vai todo mundo embora e eu também", disse Marta.
Após alguns minutos, ela retomou a fala e conseguiu concluir. No final, foi aplaudida.
"Tivemos aqui uma manifestação de pessoas provavelmente contrárias, hostis, nos primeiros momentos. Depois, fomos conquistando, demos o recado e fomos aplaudidos", disse Marta, acrescentando: "Não é uma situação fácil. Você vê xingamento, gritaria, mas se você resiste e tem coragem, consegue superar". A petista afirmou não ter reparado nos cartazes. "Com jovens, não é tranqüilo. Faz parte da juventude".
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