quinta-feira, 15 de maio de 2008

Vale volta a criticar o governo do Estado

No AMAZÔNIA:

As Polícias Federal e Militar mantêm um efetivo de 100 militares na região de Marabá para coibir qualquer tentativa de reocupação dos trilhos da Estrada de Ferro Carajás (EFC), da Campanhia Vale do Rio Doce, e identificar os líderes da ocupação ocorrida na última terça-feira, 13, no quilômetro 846 da ferrovia, a cerca de 50 quilômetros da Serra de Carajás, em Parauapebas região Sudeste do Pará.
Hoje, a Polícia Federal deve instaurar inquérito para apurar os possíveis crimes ocorridos durante a manifestação promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores em Mineração (MTM) . Ontem, diretores da Vale voltaram a criticar a postura do governo do Estado pelo que a empresa considera uma 'política de governo que prefere optar pelo caminho da negociação'. Para o diretor de Assuntos Corporativos e Sustentáveis, Walter Cover, tal postura 'não tem sido bem sucedida'. “Hoje, o que existe é uma impunidade. Na tentativa de negociar, passam-se horas, dias e acumulam-se os prejuízos. Não vou falar em corpo mole, mas é uma questão de atitude política.”
Em reação às pressões da Vale, ontem, o governo do Estado resolveu anunciar que não mais negociará com os manifestantes. 'Embora a pauta de reivindicações dos garimpeiros seja dirigida ao Governo Federal, o Governo do Pará tem acompanhado de perto as negociações com o Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM).
O governo estadual também elaborou uma pauta de negociações e atendeu ou estava atendendo vários pontos reivindicados pelos garimpeiros. Diante da ocupação da ferrovia Carajás, o governo considera que houve rompimento nas negociações por parte dos garimpeiros e vai tomar todas as medidas necessárias para coibir abusos e manter a ordem pública', diz a íntegra do documento.
A primeira demonstração de força foi o envio desde terça-feira à noite de tropas militares para reforçar a ação da Polícia Federal. A estratégia resultou na desocupação pacífica dos trilhos e provocou elogios por parte dos diretores da empresa. 'O governo do Pará começa a fazer diferença entre o que são ações dentro da lei e o que são ações criminosas', disse Cover.
A empresa não anunciou o valor dos prejuízos com a ocupação, mas afirmou que a paralisação da EFC significa uma perda de US$ 22 bilhões por dia para a balança comercial brasileira. Segundo a empresa, somente ontem à noite o trem voltou a circular com carga na ferrovia, porém o transporte de passageiros ainda está suspenso e se houver uma nova ocupação, a empresa terá dificuldades de manter o envio de cargas pelo porto de São Luís (MA). Segundo a empresa, os manifestantes retiraram 1.200 grampos que fixam os trilhos, cortaram cabos de fibra ótica, atearam fogo em pneus sobre os trilhos, danificando 300 dormentes e comprometeram a sustentação da linha ao usar um macaco hidráulico para levantar os trilhos.

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