O senador José Nery (PSOL) distribuiu há pouco uma nota em que considera como "motivo de vergonha para todos os brasileiros" a absolvição pelo Tribunal do Júri, ontem, do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Acusado de ser o mandante do assassinato da missionária americana Dorothy Stang, ele foi condenado na primeira vez a 30 anos de reclusão, mas acabou absolvido no segundo Júri Popular.
Para Nery, a absolvição "serve de incentivo a todos os mandantes de crimes bárbaros no Pará, afinal, apesar de toda a pressão de movimentos sociais nacionais e internacionais, mais uma vez, apenas os executores foram punidos."
A seguir, a íntegra da nota:
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A absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos e Moura foi mais um duro golpe a todos os que lutam contra a impunidade e em favor dos direitos humanos no Pará.
Ao absolvê-lo, a
Ao mesmo tempo essa medida serve de incentivo a todos os mandantes de crimes bárbaros no Pará, afinal, apesar de toda a pressão de movimentos sociais nacionais e internacionais, mais uma vez, apenas os executores foram punidos. Os mandantes continuam impunes como tem sido praxe no Estado.
Por isso, é de revolta o sentimento que toma conta de todos nós que acompanhamos a luta de irmã Dorothy e de muitos outros paraenses de nascimento ou de coração contra a pobreza e a exploração dos menos favorecidos.
Revolta que após a incansável perseguição sofrida em vida, irmã Dorothy tenha sido vítima das mais torpes tentativas de desqualificação após sua morte. Como aceitar que se diga que seu assassinato foi em legítima defesa? Que perigos poderia representar uma senhora de 73 anos armada apenas com a Bíblia que sempre a acompanhou?
Atos como a absolvição do fazendeiro Witalmiro trincam as nossas esperanças por um mundo melhor, mas passado o choque, é hora de retomarmos a luta sabendo que muitas vezes enfrentaremos o banditismo pelo caminho, mas sem perder a coragem.
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