Santa Cruz vota autonomia para pressionar Morales
Na FOLHA DE S.PAULO:
Em desafio ao presidente Evo Morales e sob ameaça de confrontações, o departamento de Santa Cruz, administrado pela oposição, realiza hoje um controvertido referendo para decidir sobre a ampliação dos poderes regionais ao retirar atribuições do governo central.
O chamado estatuto autonômico é uma resposta ao projeto de nova Constituição aprovado no final do ano passado sem a presença da oposição. O texto, elaborado por um comitê ligado ao governador Rubén Costas, prevê que o departamento (equivalente boliviano a um Estado) seja o único responsável pela política de terras, de educação, tributária e de transportes, entre outras áreas hoje sob o controle de La Paz.
Todo o processo é considerado ilegal pelo governo Morales, que acusa a elite cruzenha de querer impedir a redistribuição de terras e de fomentar a divisão territorial do país.
"É um referendo que está sendo levado como um mecanismo de pressão e de negociação política, para obrigar o governo a reconhecer os estatutos. Aceitar um referendo dessa natureza significaria ser cúmplice de um golpe constitucional", disse, em entrevista à Folha, o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.
Pesquisas de opinião mostram que o estatuto autonômico, beneficiado pela cobertura amplamente favorável dos meios de comunicação locais, deverá obter ao menos 70% dos votos. O índice coincide com a rejeição regional a Morales, cuja popularidade se concentra principalmente nos departamentos do altiplano, de maioria indígena.
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