quinta-feira, 8 de maio de 2008

PM usa até gás pimenta para conter a multidão

Na FOLHA DE S.PAULO:

Foi só a notícia da prisão preventiva de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá se espalhar para os primeiros curiosos aparecerem em frente ao apartamento onde estavam, em Guarulhos. Às 22h, a Polícia Militar calculava em cerca de mil o número de pessoas que esperava no frio a saída dos acusados.
Alguns avançaram o cordão de isolamento no momento da saída e foram contidos por gás pimenta. Um motoqueiro que estourou o escapamento foi detido. "Cadê meu direito de ir e vir? Sou contra esta parafernalha", exclamava.
Às 20h30, o pai do acusado, Antonio Nardoni, chegou ao local. Uma mulher avançou sobre o carro, xingou, cuspiu e bateu na lataria. Depois disto, o "público recorde" do caso Isabella foi separado em dois nas esquinas do quarteirão e a movimentada rua Timoteo Penteado foi interditada.
Enquanto um grupo pedia em coro "justiça", outro gritava o nome de um apresentador de TV. Quando um garoto levantou um caderno com o símbolo do Corinthians, outro do Palmeiras apareceu em poucos minutos. Entre os 20 veículos policiais, até um caminhão de bombeiros apareceu para ajudar no isolamento.
A maioria das pessoas que aguardaram a prisão mora ou trabalha perto do prédio. É o caso da costureira Áurea Custódia de Oliveira, 56, que deixou uma roupa na máquina assim que soube do que chamou de "desfecho do caso". "Se não prendesse, iria virar festa. Todo mundo ia começar a matar pensando que pode."
Outras pessoas tiraram o carro da garagem só para ver a cena. Nesse grupo estava a funcionária pública Marcela Duarte, 27, que estudou direito com Nardoni. "Ele era discreto, não dava para desconfiar que pudesse fazer uma coisa dessas."

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