Na FOLHA DE S.PAULO:
Nada de Marina Lima, Bruno Gagliasso ou Christiane Torloni: as maiores celebridades a dar as caras na 12ª Parada do Orgulho Gay, realizada ontem em São Paulo, desta vez foram mesmo o travesti Andréa Albertino, aquele que acabou com o jogador Ronaldo em uma delegacia carioca, e a atriz-pornô-lésbica Thammy Miranda, filha de Gretchen. Os go-go boys, aqueles modelos musculosos das festas gays, contavam-se nos dedos. A decoração dos trios elétricos limitou-se a balões coloridos. Havia pouca gente fantasiada. As drag queens eram escassas. Quanto ao som, o techno, ritmo de bate-estacas típico das baladas, cedeu espaço até para o sambão e a bossa nova.
"A parada de São Paulo perdeu o glamour, ficou popular demais", reclamou o "diabinho" Maurício Rosendo da Silva, 21, cozinheiro, vestido com uma fantasia justíssima de lantejoulas vermelhas, chifres e tridente. "Mas ganhou em diversidade", contemporizou Maria das Graças Dias, 45, professora, de mãos dadas com a namorada de gravata preta, cabelos curtos arrepiados à força de gel. "Antes, a gente nem podia sonhar em ter um trio tocando samba. Era tudo um som só, um estilo só, um tipo ideal de bicha, outro de drag", analisou. O cozinheiro preferia como era antes, "menos popular".
O performista Thiago Augusto Gomes, 21, viajou de Franca (SP) para a capital com um grupo de dez "amigas". "Nossa, eu esperava um pouco mais de brilho", disse, observando o movimento em frente ao Masp, área de concentração. Sem maquiagem, ele reclamava do pequeno número de participantes que foi "montado" à parada. Também Kimberlyn, 22, drag carioca com fantasia de Princesa Submarina, disse ter ficado desapontada com a falta de criatividade das "bichas paulistas". "Falta fantasia, meu bem."
O que se viu na avenida Paulista e na rua da Consolação foram as logomarcas dos patrocinadores. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, distribuiu bandeirinhas com dois bonequinhos homens de mãos dadas e idem com duas bonequinhas mulheres: "Caixa, o banco que acredita nas pessoas". Sobrevoando a avenida Paulista, via-se um minizepelim da marca de cuecas Surrender. Slogan (inspirado?): "A cueca que faz as cabeças".
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