sábado, 24 de maio de 2008

Para ganhar tempo, São Paulo descarta leilão de Nossa Caixa

Na FOLHA DE S.PAULO:

Apesar da pressão dos bancos privados, o governo de São Paulo está decidido a não fazer o leilão para vender a Nossa Caixa. A Folha apurou que, na avaliação do governo, se for a leilão, a operação enfrentaria muitas resistências tanto dos milhares de funcionários estaduais como da própria Assembléia Legislativa, o que praticamente inviabilizaria o negócio no atual governo, que acaba em 2010. O leilão, segundo o governo estadual, levaria o dobro do tempo de um acerto com o Banco do Brasil.
A avaliação do governo de São Paulo é que o próprio PSDB, partido do governador José Serra, iria se opor à privatização da Nossa Caixa. A venda depende de aprovação da Assembléia Legislativa.
O governador de São Paulo, José Serra, deixou evidente ontem a disposição de venda do banco Nossa Caixa para o BB, em vez de um leilão.
Após frisar que o critério será o de obtenção "do máximo de recursos", Serra afirmou que "é natural pensar que a proposta do Banco do Brasil será sempre melhor para o Estado de São Paulo", porque, como instituição pública, terá direito aos R$ 16 bilhões em depósitos judiciais da Nossa Caixa.
"O interesse do Banco do Brasil, em grande medida, é comprar a Nossa Caixa para poder receber também esses depósitos. Eles nunca iriam para um banco privado. Nesse sentido, é natural pensar que a proposta do Banco do Brasil será sempre melhor para o Estado de São Paulo, implicará trazer mais recursos do que, em princípio, propostas de banco privado", afirmou o governador, em Campos do Jordão.
Embora não tenha descartado categoricamente a hipótese de leilão -lembrando, porém, que dependeria de aprovação prévia da Assembléia Legislativa-, Serra construiu o argumento de que o BB apresentará melhor oferta por ser o maior interessado. Segundo ele, as propostas dos bancos privados "não aconteceram". "Se quiserem fazer, podem fazer. Mas o BB tem mais interesse porque é um banco público e poderá ficar com os depósitos judiciais."
Ele repetiu que, "se a Nossa Caixa fosse vendida para a área privada, os depósitos judiciais não iriam para o banco que comprasse". E insistiu: "Está claro isso? Iria para algum banco público do Brasil. Isso que o pessoal não está levando em consideração, às vezes, quando faz seus comentários".

Mais aqui.

Nenhum comentário: