O único adversário que agora tem derrotado o Remo, no segundo turno do Parazão, é o presidente do clube, Raimundo Planejamento Ribeiro.
O Leão ainda não perdeu nenhuma no segundo turno. Jogou cinco vezes, ganhou as cinco, a última no clássico contra o Paysandu, no domingo passado.
Mas o Remo tem perdido para Raimundo Ribeiro. O elenco está com os salários atrasados referentes aos meses de março a abril. E deu um ultimato: se até a próxima terça-feira não sair a grana, é greve na certa. Porque humilhação tem limites, convenhamos.
Hoje à tarde, em Cametá, o Remo joga insatisfeito contra o Vila Rica. Não é para menos. Trabalhadores não se sentem bem trabalhando sem receber. Jogadores profissionais são trabalhadores. E são uma espécie bem particular de trabalhador: vivem sob as cobranças e exigências de multidões de torcedores que só querem saber de vitórias, que nada aceitam a não ser vitória a cada jogo.
Sabe como é. Ribeiro, segundo ele mesmo disse, só planeja quando há dinheiro em caixa. Essa é uma tese sua, muito sua. E como o Remo não tem dinheiro em caixa, Ribeiro não planeja. Viaja. Viaja atrás de dinheiro. Recentemente, foi a São Paulo e Rio. Os remistas moram em Belém. Mora no Pará. Com quem Ribeiro vai a Rio e São Paulo tentar emprestar dinheiro para pagar os salários do Remo?
Coleguinhas que o tratam tão calorosamente de Raimundão bem que poderiam perguntar a ele.
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