quinta-feira, 22 de maio de 2008

Minc diz que devastação cresceu e põe culpa em MT

Na FOLHA DE S.PAULO:

O mais recente estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre desmatamento na Amazônia responsabilizará o Estado de Mato Grosso por mais de 60% das ocorrências, disse Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente.
Os detalhes do estudo serão conhecidos na semana que vem, afirmou Minc, que esteve reunido no Rio com a cúpula do Inpe. Mesmo sem se aprofundar no assunto, o novo ministro usou as conclusões do instituto para criticar o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que o atacara na véspera.
"Segunda-feira agora, o Inpe vai divulgar uma nova estatística de desmatamento de terra. (...) Vai ser um dado ruim, vai ser um dado de aumento. E, para variar, mais de 60% em qual Estado? Quem sabe? Mato Grosso", disse Minc, na entrevista concedida na Secretaria do Ambiente do Estado do Rio.
O ministro sugeriu a Blairo que passe a atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O governador Blairo Maggi é um homem público. Como todo homem público, tem que assumir responsabilidades. (...) Não quero impor nada a ninguém. Pelo contrário, estou chegando agora. (...) O presidente Lula disse OK [à proposta da guarda ambiental]. A partir de agora o Blairo não deve brigar comigo, deve brigar com o presidente", disse Minc, que toma posse na terça.
O novo ministro voltou a defender mais rapidez nos licenciamentos, em resposta ao futuro presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, que disse à Folha não ver motivos para agilizar a emissão das licenças. Segundo Minc, Messias Franco aceitou o cargo "nesses termos". O ideal, segundo ele, é que 10% do tempo dos funcionários do Ibama encarregados de licenciamento seja dedicado à análise da "burocracia", para "focar 90% no que interessa".
Para o ministro, "há dois caminhos para resolver bem a questão do agronegócio". Um é o que chama de zoneamento econômico-ecológico, que interessa "ao pessoal mais avançado do agronegócio" porque "dá uma regra clara: aqui pode, aqui não". O outro é "um setor que é atrasadíssimo, que está convertendo a Amazônia em pasto". Reiterou ser contra energia nuclear e a construção de Angra 3, mas como o governo já decidiu por ela, acatará a decisão sem questionamentos.

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