sábado, 10 de maio de 2008

Lula critica ''dificuldades'' que TCU impõe a obras

No ESTADO DE S.PAULO:

Ao lançar mais um pacote de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), desta vez na Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público pelos entraves que impõem à execução de obras e defendeu a mudança na lei das licitações.
"É preciso mudar. Não pode continuar do jeito que é porque, aqui no Brasil, se parte do pressuposto que todo mundo é ladrão", desabafou o presidente, justificando que, para evitar os desvios, são criadas "dificuldades" - que não resolvem nada, advertiu.
Segundo Lula, "o TCU, na verdade, quase que governa o País, porque diz que obra que pode, que obra não pode" ser executada. "Ele é um órgão auxiliar do Congresso Nacional e não...", comentou, sem terminar a frase.
Ao se referir ao Ministério Público, no entanto, Lula reconheceu que ele tem poderes para embargar as obras. "O Ministério Público tem um papel importante, detém um poder que nós lhe demos. Mas nós precisamos ver o que é bom para este país, o que é que pode facilitar a vida deste país, o que pode permitir que as coisas sejam mais ágeis."
O presidente apelou para que todos estejam atentos e impeçam que as próximas eleições atrapalhem as obras do PAC. No discurso, quase falou um palavrão ao reclamar dos políticos que chegam a lhe pedir que não lance obra agora. "Tem gente morando na miséria e não querem que a gente vá, que esperemos passar as eleições", afirmou. E, então, desabafou: "Puta m... Como é que pode."
Após salientar que "o PAC está ensinando a mexer com a máquina administrativa", Lula se queixou da dificuldade de se pôr em prática decisões do governo, por questões burocráticas ou por ações dos Tribunais de Conta ou do Ministério Público.
No terceiro discurso de improviso do dia, em Salvador, Lula citou o presidente dos EUA, George W. Bush, que disse não conseguir aprovar nada em seu Parlamento, e afirmou que, no Brasil, aprovou 99% do que pretendia. "Só posso ser agradecido ao Congresso."
Mais tarde, em comício em Ilhéus - marcado por gritos de "Dilma presidente" -, celebrou o desempenho da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em depoimento no Senado na quarta-feira, quando falou do dossiê com gastos do governo anterior. Em tom irônico, e diante de uma Dilma sorridente, disse que a ministra deu uma "acalmada" na oposição.
Ao menos 10 mil pessoas tomaram o espaço para ouvi-lo anunciar pacote de benefícios para a economia cacaueira e agrícola, chamado PAC do Cacau.
"Encontramos o fio da meada", afirmou, ao analisar seu governo. "Os primeiros quatro anos foram difíceis. Foram difíceis, um processo de aprendizado... A oposição muito nervosa... Mas hoje, graças a Deus, a oposição está mais calma, mais tranqüila. Estamos fazendo muitas coisas, as coisas estão funcionando bem. A Dilma agora no Senado deu uma acalmada no pessoal. Mas nós precisamos ficar atentos."

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