SERGIO BARRA
Hoje em dia, as pessoas do mundo inteiro possuem maiores acessos a inúmeras informações concernentes à saúde e medicina. A cobertura da mídia e as demandas crescentes entre as mulheres pelo cuidado com a saúde dirigido às suas necessidades particulares contribuem para uma progressiva conscientização sobre a importância da menopausa e a conduta a ser seguida. A idéia de que a menopausa é um acontecimento vergonhoso, que simboliza perda e declínio, está mudando no mundo inteiro. Muitas mulheres vêem agora a menopausa como uma ocorrência positiva que faz parte do processo natural da vida.
Ademais, a crescente longevidade de que as mulheres desfrutam nesta era moderna significa que as seqüelas biológicas da menopausa exigem atenção da comunidade médica. Se as mulheres quiserem obter benefícios nas últimas décadas de suas vidas - se quiserem sentir alívio dos sintomas desagradáveis em curto prazo, evitar a incapacidade e desfrutar de melhor qualidade de vida possível -, seus médicos devem estar preparados para ajudá-las a conduzir o climatério de maneira cuidadosa, completa e planejada.
Esse período de transformação na vida da mulher está dividido em três fases distintas: a pré-menopausa (aqui muitas vezes a menstruação começa a ficar irregular); a menopausa que é a última menstruação e ocorre durante a fase intermediária por volta dos 50 anos; e a pós-menopausa onde o climatério está instalado. É importante que se informe à mulher que nessa fase começa a diminuição dos hormônios sexuais, por interrupção na produção destes hormônios pelas gônadas femininas (os ovários), que são o estrogênio, androgênio e progestogênio.
Ainda durante a vida intra-uterina se formam nos ovários em torno de 6 a 8 milhões de folículos primordiais, que constituem o patrimônio genético da mulher. Ao nascimento, este número é reduzido para mais ou menos 1 a 2 milhões. Ao chegar à puberdade, a mulher conta apenas com cerca de 400 mil folículos, que serão liberados nas tubas, durante toda sua vida reprodutiva, possibilitando assim a fecundação. Portanto, a mulher já nasce com número pré-determinado. Como regra geral, os ovários se alternam nesta liberação, a cada mês liberando um folículo de um ovário e isto acontece sob o estímulo de substâncias que circulam no sangue, e se desencadeia a ação dos hormônios de outras glândulas que vão maturar e liberar esses folículos dos ovários.
Se houver fecundação, o óvulo fecundado pelo espermatozóide, torna-se ovo, e é levado por movimentos ciliares no interior da tuba, o que faz em mais ou menos seis dias migrando para o útero onde se processa a nidação e se inicia o processo de formação do embrião. Quando não ocorre a fecundação na matriz, o óvulo involui e o endométrio (camada mais interna do útero) que estava preparado para recepcionar o óvulo fecundado descama em forma de menstruação.
No climatério, 70% a 80% das mulheres sentem transtornos, como o aparecimento de ondas de calor - conhecido como "fogachos" - surgem normalmente à noite provocando insônia, sudorese, sensação de inquietude, mudanças no humor, irritabilidade, cefaléia, depressão entre outros sintomas. Começam a aparecer os primeiros sinais de alterações físicas, como envelhecimento, problemas orgânicos como desequilíbrio do colesterol, incontinência urinária, perda de massa óssea devido à osteopenia, levando à osteoporose, às vezes com certa gravidade podendo acontecer fratura espontânea; expor a mulher à doença cardiovascular.
Nesta fase caracterizam-se situações como: saída de filhos para estudar, morar sozinho, com sensação de esvaziamento do lar, conflitos conjugais, doença e morte de entes queridos, doenças da própria pessoa, a perda salutar com o convívio dos colegas de trabalho, com a aposentadoria.
Obviamente que a intensidade dos sintomas do climatério vai depender da estrutura bio-psico-sociocultural da mulher a esse desafio. Embora o climatério seja um fenômeno universal, nem sempre é sintomático. Quando os sintomas começam a comprometer a qualidade de vida da mulher, pode-se utilizar a terapia de reposição hormonal (TRH), hoje tem sido muito estudada e revisada.
A terapia hormonal é uma opção para o alívio dos sintomas desagradáveis relacionados à menopausa. É necessária uma observação atenta sobre os dados a respeito da questão risco-benefício, de modo que os médicos possam auxiliar suas pacientes a fazer uma opção com base nos fatos. Para muitas mulheres, a terapia hormonal adequada, bem planejada e cuidadosamente controlada pode adicionar anos de vida além de, num grau significativo, melhorar a qualidade desses anos.
Concluímos que quanto mais segura, informada e realizada, a mulher estará em condições de enfrentar esta fase de mudança. O País está envelhecendo, e uma grande parcela da população feminina aproxima-se ou já está na terceira idade, não obstante, se esta achar seu espaço, valorizar-se, com certeza irá garantir uma outra história para a mulher considerada madura.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
Ademais, a crescente longevidade de que as mulheres desfrutam nesta era moderna significa que as seqüelas biológicas da menopausa exigem atenção da comunidade médica. Se as mulheres quiserem obter benefícios nas últimas décadas de suas vidas - se quiserem sentir alívio dos sintomas desagradáveis em curto prazo, evitar a incapacidade e desfrutar de melhor qualidade de vida possível -, seus médicos devem estar preparados para ajudá-las a conduzir o climatério de maneira cuidadosa, completa e planejada.
Esse período de transformação na vida da mulher está dividido em três fases distintas: a pré-menopausa (aqui muitas vezes a menstruação começa a ficar irregular); a menopausa que é a última menstruação e ocorre durante a fase intermediária por volta dos 50 anos; e a pós-menopausa onde o climatério está instalado. É importante que se informe à mulher que nessa fase começa a diminuição dos hormônios sexuais, por interrupção na produção destes hormônios pelas gônadas femininas (os ovários), que são o estrogênio, androgênio e progestogênio.
Ainda durante a vida intra-uterina se formam nos ovários em torno de 6 a 8 milhões de folículos primordiais, que constituem o patrimônio genético da mulher. Ao nascimento, este número é reduzido para mais ou menos 1 a 2 milhões. Ao chegar à puberdade, a mulher conta apenas com cerca de 400 mil folículos, que serão liberados nas tubas, durante toda sua vida reprodutiva, possibilitando assim a fecundação. Portanto, a mulher já nasce com número pré-determinado. Como regra geral, os ovários se alternam nesta liberação, a cada mês liberando um folículo de um ovário e isto acontece sob o estímulo de substâncias que circulam no sangue, e se desencadeia a ação dos hormônios de outras glândulas que vão maturar e liberar esses folículos dos ovários.
Se houver fecundação, o óvulo fecundado pelo espermatozóide, torna-se ovo, e é levado por movimentos ciliares no interior da tuba, o que faz em mais ou menos seis dias migrando para o útero onde se processa a nidação e se inicia o processo de formação do embrião. Quando não ocorre a fecundação na matriz, o óvulo involui e o endométrio (camada mais interna do útero) que estava preparado para recepcionar o óvulo fecundado descama em forma de menstruação.
No climatério, 70% a 80% das mulheres sentem transtornos, como o aparecimento de ondas de calor - conhecido como "fogachos" - surgem normalmente à noite provocando insônia, sudorese, sensação de inquietude, mudanças no humor, irritabilidade, cefaléia, depressão entre outros sintomas. Começam a aparecer os primeiros sinais de alterações físicas, como envelhecimento, problemas orgânicos como desequilíbrio do colesterol, incontinência urinária, perda de massa óssea devido à osteopenia, levando à osteoporose, às vezes com certa gravidade podendo acontecer fratura espontânea; expor a mulher à doença cardiovascular.
Nesta fase caracterizam-se situações como: saída de filhos para estudar, morar sozinho, com sensação de esvaziamento do lar, conflitos conjugais, doença e morte de entes queridos, doenças da própria pessoa, a perda salutar com o convívio dos colegas de trabalho, com a aposentadoria.
Obviamente que a intensidade dos sintomas do climatério vai depender da estrutura bio-psico-sociocultural da mulher a esse desafio. Embora o climatério seja um fenômeno universal, nem sempre é sintomático. Quando os sintomas começam a comprometer a qualidade de vida da mulher, pode-se utilizar a terapia de reposição hormonal (TRH), hoje tem sido muito estudada e revisada.
A terapia hormonal é uma opção para o alívio dos sintomas desagradáveis relacionados à menopausa. É necessária uma observação atenta sobre os dados a respeito da questão risco-benefício, de modo que os médicos possam auxiliar suas pacientes a fazer uma opção com base nos fatos. Para muitas mulheres, a terapia hormonal adequada, bem planejada e cuidadosamente controlada pode adicionar anos de vida além de, num grau significativo, melhorar a qualidade desses anos.
Concluímos que quanto mais segura, informada e realizada, a mulher estará em condições de enfrentar esta fase de mudança. O País está envelhecendo, e uma grande parcela da população feminina aproxima-se ou já está na terceira idade, não obstante, se esta achar seu espaço, valorizar-se, com certeza irá garantir uma outra história para a mulher considerada madura.
Sergio Barra é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com
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