quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ascensão e esquecimento

Da publicitária Dinah Dias, sobre a postagem Dilma será uma das estrelas do programa do PT:

É curioso que a imprensa local esteja passando ao largo dessa ascensão de um marketeiro paraoara e de uma empresa local, gravando e produzindo para o partido que está no poder no país. Na Bahia, quando o Duda Mendonça ou o Nizan Guanaes dão um passo à frente, têm missa e culto afro nas trezentas e tantas igrejas de Salvador e a imprensa inteira repercute. É assim que o Estado pobre e analfabeto criou ícones culturais. Para nós, parece ser só mais uma irrelevância. Mas não é.

Dinah Dias, publicitária

3 comentários:

Anônimo disse...

É muito bom ver gente da terra fazer um trabalho de repercursão nacional, como esse que está sendo feito pela Vanguarda, tendo à frente o Chico e a Vera.
Dizem que publicitário nunca elogia o trabalho do outro. Acho isso uma bobagem. Isso valoriza a propaganda paraense e mostra para o país o nosso talento. Não é fácil ganhar esse espaço lá fora. O que não falta é "figurão" e defensores de nomes do eixo Rio-São Paulo. Quando não da Bahia, como disse a Dinah.
Dessa vez, o talento e a competência da equipe paraense falaram mais alto.
O resultado torna-se ainda melhor por tratar-se de duas pessoas com quem já convivemos em períodos diferentes: a Vera Paoloni, na redação de O Liberal na década de 70, numa época inesquecível, sob a batuta do Claudio Augusto de Sá Leal, Ana Diniz, Aldo Almeida e tantos outros mestres do jornalismo na época. E o Chiquinho, da convivência por mais de cinco anos na Griffo.
Parabéns aos dois pelo trabalho e pelo resultado.

Orly Bezerra

Poster disse...

Grande Orly,
Seu comentário precisa ganhar destaque.
O blog vai postá-lo na ribalta nesta sexta.
Abs.

CHICO CAVALCANTE disse...

Orly,

obrigado; Dinah, obrigado.
Quem bom que esse trabalho está despertando a positividade do reconhecimento e não a negatividade da crítica pela crítica. Estou dedicado a fazer desse trabalho para o PT nacional uma vitrine não apenas do meu trabalho ou do trabalho da agência que fundei quando sai da Griffo - estimulado pelo exemplo bem-sucedido que você, Nélio e Natsuo construíram - mas para o profissionalismo com que fazemos comunicação nessas paragens onde a Amazônia começa e o esquecimento, por vezes, embota completamente a percepção de continuidade que a vida precisa ter. Temos grandes criativos, ótimas produtoras de áudio e vídeo, mas estamos confinados a um nicho que nos serve de fronteira intransponível. Temos, sim, que mostrar que essa gente paraoara tem o seu valor. Meu texto sendo lido por Dilma Rousseff, por Ricardo Berzoini, pelo Ministro Marinho ou por Marta Suplicy, em rede nacional, tem o sotaque de todos os paraenses. Outro dia um amigo, gaúcho, marketeiro experiente, me indagou como quem indaga sobre as inimagináveis ruas ladeadas de mangueira que enchem nossos olhos de verde: "Chico, como é que Belém pode ter produzido profissionais de marketing político tão bons? Você é acima da média nacional e há outros aqui. Como é que surgiu esse fenômeno?". Pensei por um segundo. Pensei em você, no Pedro Galvão, no Mendes, no Cecim, no Glauco, na Vera Paoloni - que tive a sorte de reencontrar e trazer para trabalhar comigo... E então disse a ele: "Creio esse "acaso" que tem a ver com a qualidade de cultura, de nossa literatura, de nosso jornalismo, de nossa política baseada no enfrentamento de conceito (Lemos X Sodré, para ficarmos num exemplo), da publicidade brilhante que foi inaugurada aqui pela ação visionária de Osvaldo Mendes; na ousadia de uma gente que desafiou o império a partir das cabanas ribeirinhas. Somos um povo cheio de histórias, de imagens superlativas, de construções gramaticais que lembram o português castiço. Isso nos dá um rigor com a língua e com o texto que não se vê por aí. Além disso, somos herdeiros da ousadia cabana porque, como dizia Marx, nada temos a perder a não ser nossos grilhões. Grande abraço e eu vou voltar ao trabalho porque não há caminho mais curto para a felicidade do que fazer, fazer e fazer de novo aquilo que a gente gosta.

Chico.