Do Blog do Noblat, sob esse título:
Coleguinhas, preparem-se. Minc vem aí. O novo ministro do Meio Ambiente desembarcará em Brasília para almoçar, hoje, com a ex-ministra Marina Silva e depois se reunir com Lula no Palácio do Planalto.
Doravante, o ministério deixará de ser uma fonte de notícias eventuais. Minc é mediático. Está para a internet, digamos assim, como Marina estaria mais para o rádio (sem desapreço a esse, pelo contrário).
Aprontará quase todo santo dia. E os meios de comunicação serão obrigados a destacar jornalistas para cobrir todos os seus passos.
Um dia, como na semana passada, ele é capaz de baixar a lenha no seu futuro colega Mangabeira Unger, da Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, designado por Lula para cuidar do Programa Amazônia Sustentável. No outro, de sugerir o nome de Jorge Viana, ex-governador do Acre, para a tarefa que caberá a Unger. E no seguinte de elogiar Unger e dizer que ele poderá fazer um bom trabalho.
É um hábil manipulador de palavras, idéias e conceitos, assim como seu novo patrão, Lula. Prestem atenção no que ele disse ontem sobre o fato de ter batido o recorde de concessões de licenças ambientais para obras como secretário do Meio Ambiente no Rio de Janeiro:
- Você pode ser rápido e rigoroso. Não é porque um licenciamento demora três anos que isso é garantia de defesa do ecossistema. Podem ficar três anos demorando com a burocracia e ser um licenciamento frouxo.
Os repórteres anotaram o que ele disse. Ninguém o contestou. Repórteres têm pouco tempo para pensar a respeito do que ouvem. E parte deles não sabe o que pensar.
No caso, Minc limitou-se a driblar a provocação que lhe haviam feito.
Tudo que possa mexer a fundo com o equilíbrio (ou a essa altura, desequilíbrio) do meio ambiente merece, sim, ser estudado com rigor e sem pressa. A falta de rigor, de pressa, e a insensibilidade geral e irrestrita de governantes e de governados explicam a degradação da vida do planeta.
É da natureza do homem ser predatório. A agenda ambiental faz pouco sucesso no Brasil. A maioria de nós está pouco se lixando para ela.
Cresce o desmatamento na Amazônia, considerada o pulmão do mundo. E quantos de nós escolhemos em quem votar levando em conta a opinião dos candidatos quanto a esse e a outros temas verdes?
"A Amazônia é nossa", reagem os mais simplórios, os sem argumentos, os nacionalistas babacas em um mundo irreversivelmente globalizado.
É nossa uma ova! A Amazônia é um patrimônio da Humanidade - assim como a Antártida, o Everest, a Floresta Negra e tudo mais que possa afetar a
Se criticamos Bush por rejeitar compromissos internacionais com a preservação do meio ambiente, nada demais que critiquem o governo brasileiro por relaxar no tratamento dispensado à maior riqueza do país.
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