Na FOLHA DE S.PAULO:
Depois de se unir para esfriar a CPI dos Cartões, oposição e governo disputavam ontem os dois principais cargos da CPI dos Cartões, a presidência e a relatoria. A base aliada diz que não vai ceder e o PMDB já indicou o senador Neuto do Conto (SC) para presidente. O PSDB pressiona para levar a relatoria e ameaça obstruir votações.
A maior resistência a um acordo com a oposição vem da Câmara. Ontem, o ministro José Múcio (Relações Institucionais) reuniu-se com líderes da base aliada: "Temos que fazer o que o regimento diz. O acordão seria algo diferente disso. O que vamos fazer se a oposição grita, mas não age?", ironizou o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
A base aliada diz que a ameaça de obstrução feita pela oposição não muda nada: "Dentro da democracia temos que respeitar a vontade da opinião pública, e o PMDB foi eleito com a maior bancada e o PT com a segunda. Considero um equívoco dos líderes da oposição paralisarem o país. Temos muita coisa a fazer no Congresso", disse o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Líderes da oposição na Câmara não falam claramente em obstrução, mas insinuam ameaças. "Vamos usar todas as armas e todos os artifícios pata termos nosso espaço. Quero garantir que possamos investigar", disse o líder tucano Antônio Carlos Pannunzio (SP).
O PT já deu início às articulações para emplacar Luiz Sérgio (RJ), mas José Eduardo Cardozo (PT-SP) também é cotado. O lançamento dos nomes irritou a oposição. "Se não houver divisão de poder na CPI, vamos começar a obstruir as votações no Senado", disse o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), fez um apelo: "O Senado não pode ficar parado por causa da CPI. A oposição precisa colaborar, mas eu fiz um apelo para o senador Romero Jucá para convencer o Palácio do Planalto a ceder um dos postos de comando da CPI para a oposição".
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