terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A saúde em Belém é um caso de Polícia

O setor de saúde é a parte letal, mortal – literalmente - do governo Duciomar Costa em Belém.
No ano passado, duas pessoas morreram dentro de unidades de saúde.
No dia 2 de julho de 2007, o segurança Antônio Carlos Barbosa, 40 anos, entrou na UMS (Unidade Municipal de Saúde) da Marambaia com insuficiência respiratória por volta das 8h. Às 10h30, estava morto. O caso foi parar nos telejornais do País inteiro.
No início de agosto, um bebê chamado Renan, de apenas um ano e um mês de idade, morreu nos braços da mãe, na UMS do Bengüi I, onde não resistiu à espera de um leito em um hospital. As fotos da mãe com a criança nos braços revelou cena das mais comoventes do ano passado.
Mas ainda não acabou.
Na virada do ano – Natal e réveillon -, os pronto-socorros da cidade viraram um caos. E ontem aconteceu uma das dessas situações kafkianas.
Provavelmente para eximir-se de responsabilidades que poderiam colocar em risco vidas humanas, a neurocirurgiã Mora May Meira de Melo foi a Polícia. Isto mesmo: não foi ao bispo, foi à Polícia reclamar do Município que a remunera. Chegou diante do doto delegado e disse que o PSB da Travessa 14 de Março, no bairro do Umarizal, é um caso de Polícia.
A médica registrou no sábado, 12, um boletim ocorrência na unidade policial anexa ao PSM, denunciado a mais absoluta falta de estrutura do local. Contou na Polícia que faltam medicamentos e material e centro cirúrgico.
Citou o caso do adolescente Maico Carvalho da Paixão, 14 anos. Seus familiares precisaram fazer um protesto, ontem à tarde, em frente ao PSM do Umarizal. Deitaram-se na pista, que foi interditada por aproximadamente 40 minutos, em protesto porque o adolescente deu entrada no hospital na noite de sexta-feira, 11, e só foi operado no final da tarde de ontem, depois do protesto, que começou por volta de 15h30.
E se vocês se lembram, o Espaço Aberto ainda postou, ontem à noite, a seguinte indagação sobre os protestos que foram desfeito com a chegada da Polícia: “A negligência que faz sofrer, que humilha gente pobre, que mata (como a morte que ocorreu num posto de saúde em Belém, no ano passado), isso tudo não é um caso de polícia?”
Pois é. Repita-se a pergunta: isso tudo é ou não é um caso de polícia?

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