Para quem acha que o caos nos pronto-socorros de Belém não é caso para sobressaltos, convém ressaltar que a negligência, o desleixo, a desídia e a irresponsabilidade matam, como mataram no ano passado.
No dia 2 de julho de 2007, o segurança Antônio Carlos Barbosa, 40 anos, entrou na UMS (Unidade Municipal de Saúde) do bairro da Marambaia com insuficiência respiratória por volta das 8h. Era vítima de um infarto. A equipe médica que o atendeu tinha nas mãos um desfibrilador e um sugador que estavam quebrados. Enquanto o paciente era atendido, familiares ligaram para o 192, o número do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que não atendia.
Segundo os familiares do segurança, a ambulância da UMS não poderia transportá-lo pois havia o risco de que o paciente morresse a caminho do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, para onde seria transferido. Desesperados, irmãos e mãe da vítima chegaram a telefonar para o Corpo de Bombeiros. Às 10h30, quando a equipe do Samu chegou ao local, Antônio já havia falecido.
No início de agosto, bebê chamado Renan, de apenas um ano e um mês de idade, morreu morreu nos braços da mãe, na UMS do Bengüi I, onde não resistiu à espera de um leito em um hospital. "Tenho certeza que ele foi mal atendido. A médica nem tocou nele e já disse que não podia fazer nada, que era muito grave e que ele tinha que ir para um hospital. Eles nem tentaram. Acho que foi um erro. E com isso tiraram uma parte de mim", lamentava a mãe da criança. "Os médicos deviam ter pelo menos examinado a criança. Só ficaram pedindo informação", completava Rodolfo, o pai.
Casos assim não podem ser esquecidos. Nunca.
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