Em O ESTADO DE S.PAULO:
Petistas criticam declaração de Dirceu
Para Tatto, ex-ministro ‘perdeu boa oportunidade de ficar quieto’
A entrevista concedida pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu à revista Piauí deste mês gerou críticas de alguns representantes do PT, que classificaram as declarações como um erro político e a retomada desnecessária de um assunto superado dentro do partido. Ainda assim, outros colegas de legenda do deputado cassado preferiram não polemizar.
Candidato derrotado à presidência do PT e terceiro vice-presidente da legenda, o deputado Jilmar Tatto (SP) disse que Dirceu “perdeu uma boa oportunidade de ficar quieto”. “Foram declarações inoportunas e desnecessárias”, reagiu. Para o parlamentar, que integra a corrente PT de Luta e de Massa no partido, Dirceu errou também do ponto de vista pessoal, já que responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão. “Se ele era presidente do PT naquela época, porque permitiu que aquilo ocorresse?”, indaga Tatto.
Após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, o ministro da Justiça, Tarso Genro, chegou a brincar com trechos da entrevista. “É residual”, disse Tarso, ao ser indagado se a briga entre petistas paulistas e gaúchos é eterna. Tarso só comentou a entrevista de Dirceu depois de muita insistência dos jornalistas. “Eu não tenho informações sobre isso. É um contencioso que ele estabeleceu com o ex-diretório do partido no Estado”, afirmou.
Tarso e Dirceu tiveram uma relação difícil no primeiro mandato do presidente Lula. Os problemas ganharam força após o escândalo do mensalão, quando Tarso assumiu interinamente o comando do PT.
E mais:
Ex-ministro recua e agora nega ter feito denúncia
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu negou ontem que tenha dito à revista Piauí que a sede do PT em Porto Alegre foi construída com dinheiro de caixa 2 e pediu desculpas aos petistas gaúchos pelos transtornos causados pela declaração. Dirceu justificou-se em entrevista concedida à Rádio Gaúcha. Mais tarde, depois de recusar pedidos de entrevista do Estado, voltou a falar do assunto por meio de uma nota.
“Jamais afirmei que o PT comprou uma sede custeada por caixa 2”, disse o ex-ministro à rádio. “Durante todo o meu relato deixei claro que houve uma denúncia que a Justiça rejeitou por falta de provas”, completou, em discurso reprisado na nota. Em outro trecho da entrevista, Dirceu acrescentou: “Quero pedir desculpas aos petistas do Rio Grande do Sul pelo transtorno que causei.”
Na entrevista e na nota, ele disse que pretendia apenas comentar que o PT nacional esteve ao lado de colegas no Rio Grande do Sul quando as denúncias de uso de caixa 2 eclodiram. O mesmo, segundo o ex-ministro, não ocorreu quando ele próprio foi alvo de acusações.
Dirceu também negou outros pontos da entrevista à revista Piauí. Um deles é a menção ao filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luis, que aparece na revista como objeto de conversas entre o ex-ministro e o presidente. Ele disse que se referia ao jornalista Luiz Costa Pinto, segundo ele também conhecido como Lulinha.
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