Em O ESTADO DE S.PAULO:
“Confissão de Dirceu põe em dúvida argumento de que Lula nada sabia”
Sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) considerou uma confissão de crime as declarações do ex-ministro José Dirceu de que recursos provenientes de caixa 2 financiaram a construção da sede do PT em Porto Alegre - segundo entrevista à revista Piauí, “era com mala de dinheiro” que os recursos para pagar a obra chegavam. Para o tucano, o objetivo de Dirceu é enfraquecer o ministro da Justiça, Tarso Genro, petista gaúcho que nos últimos anos foi um crítico contundente dos métodos usados pelo ex-ministro da Casa Civil no comando do PT.
Os ataques do ex-ministro foram dirigidos mais explicitamente aos petistas Raul Pont, ex-prefeito de Porto Alegre, e Olívio Dutra, presidente do partido no Rio Grande do Sul. De acordo com ele, “esse pessoal” procurava o então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, peça-chave do esquema do mensalão, para pedir dinheiro. “Chegava para Delúbio e falava: ‘Delúbio, preciso de 1 milhão.’” Quando não recebiam, contou o ex-ministro, acusavam a direção do partido de autoritária e de privilegiar sua própria corrente. “O pobre do Delúbio tinha de ir aos empresários conseguir doações. Aí, estoura o mensalão e esse pessoal vem dizer que o Delúbio era o homem da mala. O que não dizem é que a mala era para eles”, declarou Dirceu na entrevista, na qual também dirigiu farpas para a ex-senadora Heloísa Helena (AL) - que deixou o PT para fundar o PSOL.
O episódio valeu reações indignadas dos petistas gaúchos e uma cobrança do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, para quem a Receita Federal deve investigar o caso.“Se a sede foi construída com dinheiro de caixa 2, que ela fiscalize. Ela não precisa da quebra generalizada do sigilo de dados para isso”, defendeu anteontem. Para Marco Aurélio, a Justiça Eleitoral não pode investigar um assunto já passado. Ainda na sexta-feira, Dirceu negou em nota ter afirmado que a sede do PT em Porto Alegre foi construída com recursos de caixa 2 e pediu desculpas pelos “transtornos” causados por sua entrevista. “Deixei claro que houve uma denúncia que a Justiça rejeitou por falta de provas”, sustentou. Mas o estrago estava feito.
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