Belém foi parar novamente nas manchetes, ontem, por causa das cenas de caos estabelecido nos pronto-socorros da cidade - cheios de pacientes chorando suas dores e sem médicos que as minorassem.
O mínimo, mas o mínimo mesmo que se pode exigir é a apuração sobre a veracidade e a pertinência de atestados médicos concedidos a pelo menos nove plantonistas que alegaram problemas de saúde para não comparecer trabalho, oito deles no Pronto-Socorro do Guamá e um no PSM do Umarizal, na Travessa 14 de Março.
A Sesma oferece, ela mesma, números que demonstram como o caos, com essa ausência de médicos, seria inevitável. Os dois PSMs fizeram 3.200 atendimentos. Deste total, 1.196 casos foram atendidos no PSM do Guamá e 2 mil no da 14 de Março. A maioria dos casos atendidos, cerca de 80%, foram relativos a acidentes e violências ocorridos nos dias 29, 30 e 31 de janeiro, causados principalmente pelos excessos cometidos nas festas de virada do ano.
Em post publicado no dia 29 de dezembro do ano passado, aqui se comentou que a administração pública não pode, sob qualquer hipótese, "tolerar esse absenteísmo, o nome técnico para gazeta proposital, deliberada, planejada. Deveria abrir um procedimento apuratório para saber por que tantos médicos, ao mesmo tempo, pediram licença justamente nos últimos dois ou três dias do ano. Se fosse necessário, deveria submetê-los a perícia para saber se a concessão da licença era mesmo justificada."
Se pelo menos a investigação for feita e os responsáveis punidos, isso já terá contribuído para amenizar um pouco a revolta que não atinge somente os pacientes e seus familiares, mas toda a população de Belem.
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