terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Caso de polícia no Pronto-Socorro do Umarizal


No AMAZÔNIA:

Protesto por cirurgia
Família de adolescente fecha via em frente ao HPSM. Médica também denuncia descaso.

Familiares do adolescente Maico Carvalho da Paixão, de 14 anos, fizeram um protesto, ontem à tarde, em frente ao Hospital do Pronto-Socorro Municipal de Belém (HPSM). Deitados na pista, que foi interditada por cerca de 40 minutos, eles protestaram pelo fato de o adolescente ter dado entrada no hospital na última sexta-feira, 11, à noite, e até a tarde de ontem, 14, ainda não tinha sido operado. A neurocirurgiã Mora May Meira de Melo também registrou um boletim de ocorrência, no último sábado, 12, na unidade policial existente no anexo do hospital, denunciando a falta de estrutura, medicamentos e material do centro cirúrgico daquela unidade de saúde. O paciente foi operado no final da tarde de ontem, após o fim do protesto.
Desesperada, a mãe do adolescente, Fátima Carvalho da Paixão, de 48 anos, contou à imprensa que seu filho ainda não havia sido operado, desde sexta-feira, 11, quando teria sido atingido por uma bala perdida. O baleamento ocorreu por volta das 21h, quando Maico estava indo a uma locadora de DVD. 'Ele (Maico) está aí desde sexta-feira e ainda não foi operado. Isso é um absurdo!', gritava no meio da rua a mãe do adolescente. 'Até uma médica daí do hospital registrou uma ocorrência policial no sábado, dizendo que não pôde operar meu filho porque não tinha material e medicamento', complementou.
Em um boletim de ocorrência de número 18/2008.000.035-5, registrado às 17h12 do último sábado, 12, na unidade policial do HPSM, a neurocirurgiã Mora May Meira de Melo, denunciou a 'falta de estrutura e condições de trabalho' e disse que há 'falta de material cirúrgico e medicamentos', citando, como exemplo o caso de Maicon Carvalho da Paixão. Segundo registro feito no livro de ocorrências da unidade policial o boletim de ocorrência só foi feito após autorização do diretor da Divisão de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Paulo Tamer. É que aquela unidade policial é destinada ao registro de crimes violentos.
Secretária - A secretária municipal de Saúde, Rejane Jatene, concedeu entrevista coletiva à imprensa, no final da tarde de ontem, e negou que o HPSM tenha problema de falta de estrutura, medicamento e material. De acordo com ela, a cirurgia foi realizada no final da tarde de ontem porque se trata de um procedimento bastante delicado e que necessitou de um maior preparo do paciente para a realização da mesma.
De acordo com Rejane Jatene a cirurgia realizada, ontem, em Maicon já estava programada.Sobre o registro policial feito pela neurocirurgiã Mora Meira de Melo, a secretária disse que a chamará para prestar esclarecimentos. 'Nós vamos chamá-la para conversar e saber o que aconteceu. Não podemos fazer prejulgamentos. Queremos entender o que aconteceu, já que esse não é um procedimento comum'.

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